quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

MENSAGEM AOS "FRACASSADOS"

quarta-feira, dezembro 31, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

O ano está terminando, em seus últimos suspiros e eu pensei em deixar uma mensagem para você. Sim, para você que, talvez, não tenha tido um ano extraordinário, cheio de conquistas, alegrias e realizações.

Esta mensagem é para você que ficou desempregado, que mesmo tendo batalhado atrás de uma oportunidade, não conseguiu coisa alguma. Currículos enviados, entrevistas realizadas, mas, até agora, nada. Não tem coisa pior do que terminar o ano sem uma vaga no mercado, mas esse foi o seu ano, um ano fracassado.

Pensei também em dizer algo para você, que está solitário. Sim, muitos amigos e amigas seus acharam, enfim, alguém para partilhar a vida. Mas você, como já vem acontecendo, está sem ninguém. E é preciso dar aquelas velhas desculpas, disfarçar em festividades, se arrumar sem ter quem lhe elogie, rolar na cama de noite, sentindo apenas o volume do edredom. Solidão é coisa doída, mas, enfim, esse foi o seu ano, um ano fracassado.

Resolvi ainda escrever para aqueles que falharam na tentativa de vencer velhos hábitos, que sucumbiram diante de metas não alcançadas, de planos que se mostraram impossíveis. Sei que há muitos que se sentem vencidos pela falta de disciplina, pela falta de foco ou de vontade. É que a rotina come a gente por dentro e até aquilo que antes nos dava prazer, hoje é um suplício. Mas, sem dúvida alguma, esse foi mesmo o seu ano, um ano fracassado.

Lembrei, também, de tratar das questões dos enfermos. Muitas pessoas descobriram algo errado em seu corpo, foram vitimados por uma notícia apavorante, depararam-se com a finitude da matéria e os dias, agora, são estações de agonia. Você, quem sabe, perdeu o apetite, a alegria e a coragem. E é fato que a luta parece mesmo inglória, pois há doenças que podem ser tratadas com terapias ou medicamentos, mas, no seu caso, o mal veio para ficar, será companheiro do resto dos dias. É triste, mas é real, e esse foi o seu ano, um ano fracassado.

Estou certo que 2014 foi um ano de frustrações para muitos. Teve a casa própria, que não saiu do papel, a viagem, que foi cancelada, a promoção, que ficou na gaveta do chefe, o casamento, que mais uma vez foi adiado. Tantas questões nos fazem pensar que o ano foi mesmo uma merda. Bom foi o ano do fulano, da minha prima, do meu amigo, do meu cunhado, do meu irmão. O ano do outro é sempre melhor que o nosso. E como se sabe, esse foi um ano difícil, um ano fracassado.


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Natal: festa da humanidade de Deus e da comensalidade humana

quarta-feira, dezembro 24, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Leonardo Boff

O Natal é repleto de significados. Um deles foi sequestrado pela cultura do consumo que, ao invés do Menino Jesus, prefere a figura do bom velhinho, o Papai Noel, porque é mais apelativo para os negócios. O Menino Jesus, ao invés, fala da criança interior que carregamos sempre dentro de nós, que sente necessidade de ser cuidada e quando, já crescida, tem o impulso de cuidar. É aquele pedaço do paraíso que não foi totalmente perdido, feito de inocência, de espontaneidadea, de encantamento, de jogo e de convivência com os outros sem qualquer discriminação..
Para os cristãos é a celebração da “proximidade e da humanidade” de nosso Deus, como se diz na epístola a Tito (3,4). Deus deixou-se apaixonar pelo ser humano que quis ser um deles. Como diz belamente Fernando Pessoa em seu poema sobre o Natal: “Ele é a eterna Criança, o Deus que faltava; ele é o divino que sorri e que brinca; a criança tão humana que é divina”.
Agora temos um Deus criança e não um Deus, juiz severo de nossos atos e da história humana. Que alegria interior sentimos quando pensamos que seremos julgado por um Deus criança. Mais que nos condenar, quer conviver e se entreter conosco eternamente.
O seu nascimento provocou uma comoção cósmica. Um texto da liturgia cristã diz de forma simbólica:”Então as folhas que farfalhavam, pararam como mortas; então o vento que sussurava, ficou parado no ar; então o galo que cantava, parou no meio de seu canto; então as águas do riacho que corriam, se estancaram; então, as ovelhas que pastavam, ficaram imóveis; então o pastor que erguia o cajado, ficou como que petrificado; então nesse momento, tudo parou, tudo silenciou, tudo suspendeu o seu curso: nasceu Jesus, o Salvador das gentes e do universo”.


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Subvertendo as formas pré-estabelecidas

quarta-feira, dezembro 17, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Hermes Fernandes

Além de não conformar-se, isto é, ajustar-se aos padrões vigentes, o Evangelho do Reino provoca transformações profundas, tanto no indivíduo, quanto na sociedade.

No indivíduo, esta transformação começa pela renovação do seu entendimento, conforme lemos em Romanos 12:2. Portanto, parte do subjetivo. Sua cosmovisão é radicalmente afetada. A maneira como se vê, e como enxerga a realidade à sua volta muda drasticamente.

Ele passa a perceber-se como um pecador carente da misericórdia divina. Há uma expansão da sua consciência (Metanóia no grego , ou arrependimento em português). Sua avaliação de si mesmo e do mundo passa a estar em linha com a avaliação feita por Deus. Suas opiniões particulares se rendem à verdade revelada na Palavra.

A introspecção inicial dá lugar a uma nova cosmovisão. Embora parta do subjetivo, não pára aí. Ao sentir-se transformado por Deus, o indivíduo é comissionado e desafiado a trabalhar pela transformação do mundo. Daí o caráter objetivo e abrangente da transformação proposta pelo Evangelho.

A injustiça imperante na sociedade começa a causar-lhe náuseas, porque seu coração agora bate no compasso do coração de Deus. E ele não se contenta a ser um mero espectador da história, mas almeja ser um agente subversivo do Reino de Deus.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Pra Sempre, Sempre Acaba

quinta-feira, dezembro 11, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Carlos Moreira

"Ele fez tudo apropriado há seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez”. Ec. 3:11

Depois de certa idade você começa a entender que tudo na vida é passageiro, fugaz, demasiadamente breve. Hoje, existe; amanhã, quem sabe? Esta é uma das grandes chatices da vida, nada é pra sempre; pra sempre, como poetizou Renato Russo, sempre acaba...

Eu já vivi a ilusão de que algumas coisas na existência eram pra sempre. Ah, como isso me fazia bem... Mas não era real... Hoje penso que, às vezes, é melhor acreditar numa boa ilusão do que ter de encarar uma dura realidade. Pena que meu pragmatismo não me permita viver com tal regalia.     

Houve um dia em que eu pensei que seria jovem para sempre, mesmo que meu corpo viesse a sofrer os desgastes próprios do tempo. Hoje, na meia idade, percebi que o envelhecimento não tem nada a ver com a degeneração do físico, mas com a perda da inocência, da irreverência, da anarquia, da capacidade de sonhar sonhos impossíveis.

Houve um tempo em que eu pensei que os amigos seriam amigos para sempre. Ao depois, entretanto, percebi que as amizades acabam por tornarem-se circunstanciais, algumas, inclusive, são meramente calcadas em interesses, outras, desfazem-se quando mudamos de endereço, de telefone, de empresa, de igreja... Constatei que minhas amizades, quais pedras de barro, foram se esfarelando até tornarem-se apenas poeira que cobre os meus pés exaustos de tanto chão.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A Bíblia é livro para criança!

sexta-feira, novembro 14, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Ariovaldo Ramos

"Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar... Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz... E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura... E disse (Jesus): Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus." Gn 3.15; Is 9.6; Lc 2.12; Mt 18.3

Criança! Está no centro da Bíblia!

No jardim, a Trindade nos prometeu a Criança!

O antigo testamento conta com o Deus formou e conduziu um povo para que a Criança, nascendo de mulher, pelo poder do Altíssimo, fosse trazida para a história, a fim de abençoar a humanidade.

O novo testamento conta como a Trindade formou e conduz o povo que leva a Criança, a toda a humanidade, para abençoar a nossa história, para que a nossa história  termine em salvação.

E a Criança, que cresceu em graça e sabedoria, diante de Deus e dos homens, portanto, sem perder a "criancitude", disse que quem quiser viver sob o reinado dos céus tem de se tornar criança.


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Pensamento atribuído a Buda muito interessante.

quarta-feira, novembro 12, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments


"Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o."


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A REFORMA É UMA RE-FORMA; OU SEJA: UM RE-FAZER DA FORMA.

sexta-feira, outubro 31, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments


Pergunto: Que forma?

Forma é o que não temos no Evangelho. O Evangelho é Água e é como a água: tem conteúdo, o qual é vida para a vida, mas não tem forma: a forma é a da vida!

Talvez se o nome tivesse sido Movimento Protestante a designação não carregasse mal em si mesma.

Protesto poderia e deveria ser e haver, pois, o Evangelho também é permanente protesto feito pela Proposta de seu conteúdo existencial e prático, que é amor.

A Reforma Protestante, todavia, mesmo que tivesse também motivações espirituais para muitos, foi, no entanto, um movimento político que cooptou o tema religioso a fim de atingir ser objetivos de independência de Roma.


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Trecho de um sermão de Lutero

quinta-feira, outubro 30, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

"Ah! Se Deus permitisse que minha interpretação e a de todos os outros mestres desaparecessem, e que cada cristão pudesse chegar diretamente à Escritura apenas, e à pura Palavra de Deus! Percebe-se já por esta tagarelice minha, a incomensurável diferença entre a palavra de Deus e todas a palavras humanas e como homem algum pode, com todas as suas palavras, adequadamente alcançar e explicar uma única palavra de Deus. Trata-se de uma palavra eterna e deve ser compreendida e meditada com uma mente silenciosa. Ninguém é capaz de compreendê-la a não ser a mente que a contempla em silêncio. Para qualquer um capaz de fazê-lo sem comentário ou interpretação, meus comentários e os de todos os outros não seriam apenas inúteis, mas um estorvo. Vão para a própria Bíblia, caros cristãos, e não permitam que as minhas exposições e as de outros estudiosos sejam mais do que uma ferramenta que capacite a edificar de forma eficaz, de modo que sejamos capazes de compreender, experimentar e habitar a simples e pura Palavra de Deus, pois apenas Deus habita em Sião".


Sermão de Natal de 1522 de Martinho Lutero


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

CUIDADO COM A MAGIA NEGRA DA INGRATIDÃO!

segunda-feira, outubro 27, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments


Se sou tão ignorante como sei que sou, então, minha gratidão consciente diante de Deus sempre representa uma fração mínima do que seja o cuidado de Deus para comigo.


Na realidade todas as vezes que agradeço livramentos de Deus para comigo, na mesma gratidão consciente incluo todos os milhares de livramentos reais que nunca percebi.

Para cada livramento que vejo há milhares de livramentos que não vejo e que provavelmente apenas conhecerei na eternidade.

Muitas vezes me sinto como um retardado que agradece ao Pai por cuidados pequenos e interessantes a mim, enquanto tudo o mais é cuidado do Pai, embora eu somente veja os presentinhos ou os livramentos das barras pesadas.

Entretanto, o homem deve ser grato pelo menos pelo que veja...


terça-feira, 14 de outubro de 2014

"Cântico das Criaturas", de S. Francisco de Assis

terça-feira, outubro 14, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Altíssimo, Omnipotente, Bom Senhor 
Teus são o Louvor, a Glória, 
a Honra e toda a Bênção.
Louvado sejas, meu Senhor, 
com todas as Tuas criaturas, 
especialmente o senhor irmão Sol, 
que clareia o dia e que, 
com a sua luz, nos ilumina. 
Ele é belo e radiante, 
com grande esplendor; 
de Ti, Altíssimo, é a imagem.
Louvado sejas, meu Senhor, 
pela irmã Lua e pelas estrelas, 
que no céu formaste, claras. 
preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor. 
pelo irmão vento, 
pelo ar e pelas nuvens, 
pelo sereno 
e por todo o tempo 
em que dás sustento 
às Tuas criaturas.
Louvado sejas, meu Senhor, 
pela irmã água, útil e humilde, 
preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor, 
pelo irmão fogo, 
com o qual iluminas a noite. 
Ele é belo e alegre, 
vigoroso e forte.
Louvado sejas, meu Senhor, 
pela nossa irmã, a mãe terra, 
que nos sustenta e governa, 
produz frutos diversos, 
flores e ervas.
Louvado sejas, meu Senhor, 
pelos que perdoam pelo Teu amor 
e suportam as enfermidades 
e tribulações.
Louvado sejas, meu Senhor, 
pela nossa irmã, a morte corporal, 
da qual homem algum pode escapar.

Louvai todos e bendizei o meu Senhor! 
Dai-Lhe graças e servi-O 
com grande humildade!


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

HÁ UMA PADARIA DE JUSTIÇA NA NOSSA ALMA. FARTURA!

quinta-feira, outubro 09, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

"Jesus foi por toda a Galileia, ensinando nas sinagogas deles, pregando as boas-novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças entre o povo. Notícias sobre ele se espalharam por toda a Síria, e o povo lhe trouxe todos os que sofriam de vários males e tormentos: endemoninhados, loucos e paralíticos; e ele os curou. Grandes multidões o seguiam, vindas da Galileia, Decápolis, Jerusalém, Judeia e da região do outro lado do Jordão.

Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e se assentou. Seus discípulos aproximaram-se dele, e ele começou a ensiná-los, dizendo: “Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados. Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus. “Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa, os insultarem, os perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês".

É fascinante o tipo de Rei que Jesus é. 

Ele não fica em Palácios. É parte do povo nas ruas. Ali ele institui seu reinado.

Seria como ver um presidente transitando por hospitais, escolas, mercados públicos e igrejas. Não pra fazer campanha e serem aclamados, e nem como um evento pontual. Jesus trabalhava todo dia no meio do povo.

E ele era o Rei...
Susto!
Ele não era meramente o Rei de uma pequena nação do oriente médio. 


domingo, 28 de setembro de 2014

A verdadeira história de Cosme e Damião

domingo, setembro 28, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Por Hermes C. Fernandes

Filhos de uma nobre família de cristãos, os gêmeos árabes Cosme e Damião nasceram por volta do ano 260 d.C. Desde muito jovens manifestaram um enorme talento para a medicina, profissão a qual se dedicaram após estudarem e diplomarem-se na Síria. 

Amavam a Cristo com todo o fervor de suas almas, e decidiram dedicar suas vidas ao serviço do amor. Por isso, não cobravam pelas consultas e atendimentos que prestavam, o que lhes rendeu o apelido de "anárgiros", ou seja, “aqueles que são inimigos do dinheiro" ou "que não são comprados por dinheiro". A riqueza que almejavam era fazer de sua arte médica também o seu ministério para o bem de todos. Inspirados no amor de Cristo, usavam a fé aliada aos conhecimentos científicos para atenuar a dor dos enfermos e inválidos. Ao invocarem o nome de Jesus, muitos eram curados, alguns à beira da morte. Até animais eram sarados, pois entendiam que “toda a criação aguarda, com ardente expectativa, pela manifestação da glória de Deus em Seus filhos” (Rm. 8:18:19). 

Seu testemunho de amor produziu inúmeras conversões ao evangelho da graça, chamando a atenção das autoridades. Durante a perseguição promovida pelo Imperador romano Diocleciano, por volta do ano 300, Cosme e Damião foram presos, levados a tribunal e acusados de se entregarem à prática de feitiçarias e de usar meios diabólicos para disfarçar as curas que realizavam. Ao serem questionados quanto as suas atividades, eles responderam: "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo, pela força do Seu poder". 


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O BEM SUCEDIDO E O BEM AVENTURADO

quinta-feira, setembro 25, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments


Tudo ao nosso redor coloca como objetivo da vida ser bem sucedido, e me chama a atenção que, na minha tradição pelo menos tem um outro convite: Ser Bem Aventurado. É engraçado como essa palavra tem pouco sentido e é traduzida automaticamente para "feliz" ou "abençoado", sem se perceber o que ela quer dizer. Bem aventurado quer dizer literalmente "estar em uma boa
 aventura". No hebraico, ou no aramaico, onde ela foi dita originalmente no meu contexto, ela é originada do termo Ashar, que quer dizer simplesmente "EM FRENTE", "SIGA RETO". Assim o significado da palavra poderia ser entendido assim "siga em frente com a alegria de quem sabe que está metido em uma grande e boa aventura". Ser bem aventurado aponta obrigatoriamente para a frente, para a surpresa, para o que estar por vir. Sucedido, vem do latim succedere, e quer dizer literalmente "o que veio depois". Note que são dois sentidos opostos: Um olha para trás, o outro para o caminho adiante, um é esperado, o outro é esperança, um é objetivo, o outro é estrada. No mundo onde a gente está, todo mundo quer ser bem sucedido, mas eu fico com meu mestre, que me chamou a ser Bem aventurado. Por que mais que o resultado baseado na monotonia planejada do que fiz, penso que coaduna mais com a eternidade que espero, a aventura de viver, de ousar, de descobrir e de seguir em frente, na certeza de estar metido em uma grande aventura com futuro, que deixar de vivê-la em troca do objetivo que já me está determinado e garantido no passado.

Claudio Oliver


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

À "MOCINHA" - IN MEMORIAN

segunda-feira, setembro 15, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments


Olhe bem para esse "banner" sobre a urgência da oração. Você percebeu que, ao fundo, há ALGUÉM de verdade, sombra tombada? 


Raramente usamos fotos que não sejam nossas e, por isso, conhecemos as crianças que "ilustram" nossos folders. Essa, entretanto, vive em mim como um "nó na garganta". Ela transformou a visita de reconhecimento, em 2010, num amplo projeto de resgate infantil além-mar. Vou contar. 

Janeiro ia acabando. Logo cedo, paramos o carro próximo a um campo de mato alto, casas ao redor, uma grande praça abandonada. Por uma trilha, fomos ao encontro da Cecilia, adolescente que havia fugido de um orfanato alegando maus tratos. Escondida num casebre do tamanho de uma guarita, ela nos dizia: "Por trás do mato, homens viram vocês chegarem... Ficam esperando cair a noite, trazem comida e tocam em mim. Me tirem daqui, por favor". Mas não tínhamos nada lá. Recém-chegados, mesmo nós, erámos peregrinos, sem pouso! Aflito que uma missão de "mapeamento" seja chamada para uma ação de enfrentamento, prometi, no ouvido dela, que voltaríamos do Brasil com recursos para construir uma casa de acolhimento, e recebê-la. Pedi que ela esperasse, e ela se desesperou: "Não vai dar tempo"... 

Cecilia tinha razão. Não deu. Quando voltamos para alugar a Base, ela estava morta. Grávida, o bebê tinha morrido em seu ventre, e sem conseguir expulsar o cadáver, não resistiu à infecção generalizada. Mas Cecilia não é a moça da foto. 

Essa, da FOTO, jogada no mato... não tinha nome, nem qualquer roupa senão uma surrada camiseta azul-escuro a lhe cobrir do umbigo para cima. Nudez de puberdade. Era uma adolescente entre 13 a 15 aninhos. Nós "tropeçamos" nela quando voltávamos distraídos para o carro. Eu me abaixei. Ela estava sedada, era mantida drogada, balbuciava coisas desconexas. Sabia que a gente estava ali, mas não conseguia interagir. Olhava para o nada e as moscas a circulavam. 

Corri os olhos pelo seu corpinho todo sujo, e entre as coxas, estava toda melecada. "Oh, Deus!" Parei de respirar. Senti dor. Fiquei furioso. Os vampiros que a Cecilia dizia estar nos observando, se deitavam sobre essa outra jovenzinha nas madrugadas, um após o outro, sugando a frágil vidinha dela. 

Pensei mil coisas: "Como vamos carregar uma jovem nua sendo nós, brancos estrangeiros anônimos? Como cruzar barricadas policiais sem ter uma única mulher na Missão que pudesse levá-la colada em seu corpo? E levá-la para onde??? E a polícia? Ora, eles eram os vampiros! 

MAS CHEGA DE PONDERAÇÕES! VAMOS LEVÁ-LA DAQUI! Então, eles apareceram! Empunhando uns facões que rasgavam a terra, três caras gritaram à distância que a puséssemos no chão! Começou o "barraco": 
"Por que?" 

- "Porque vocês são homens brancos querendo abusar dela".
Cacete, fiquei puto: "O que? Are you kidding...??? Vocês vão matá-la se a deixarmos!" E eles apelaram: "Tentem, então!". 

O carro estava por trás deles, e nosso motorista preto ficou amarelo, estático, gaguejante... Ele sabia como os caras podiam ser violentos. Olhei para meus companheiros e não havia medo em ninguém, mas eles diziam que eu pensasse bem, porque podia ser nosso último dia por lá! 

Jojó, surfista baiano, foi muito fiel: "O que vocês decidirem eu tô junto, mas não tem como passarmos por eles com essas peixeiras nas mãos. Não dá!". 
Eu não queria acreditar que isso ia acabar assim! Chorei rangendo os dentes:"Deus, faz alguma coisa!" 

SURGIU, ENTÃO, UMA ESPERANÇA. Ouvindo a discussão, mulheres apareciam nas janelas das casas. Gritei para aquela plateia que os convencesse a nos deixar passar: "Ela vai morrer!!! Help us!" 

Mas uma das janelas se fechou, e depois outra, e outra, e todas. Deus não fez nada. Nem nós. Beijei a testa dela como quem a entrega à sepultura. E minhas pernas tremiam de ódio enquanto voltávamos para o carro. Passamos por eles, ombro a ombro. Entramos calados e o veículo circulou a praça, o que acabou nos dando uma última visão dela, por trás, quando o fotográfo conosco fez esse registro. Vê-la de novo me pôs em surto. Bati minha cabeça por várias vezes contra a janela do carro, com força e choro:

"Escutem todos vocês: Nós não estamos indo embora! Acabamos de chegar! A gente não vai embora daqui nunca mais! Vamos montar uma Base! Vamos trazer nossas mulheres! Abrir uma organização internacional! Certificar sua atuação nesse país, ganhar respeito e força, amar essa gente por quem Jesus também morreu! Vamos trazer o inferno pra esse inferno aqui!" 

E assim nasceu o Caminho Nações - Way to the Nations, o braço social do Movimento Caminho da Graça. 

E eu nunca tinha escrito essa história. Agora que a conto, não há dor (Já chorei tudo, meus manos, nem tenho mais lágrima!). Tampouco há culpa. Aquilo foi permissão de Deus para nos mobilizar de modo antes impensável. 

Nunca na vida eu quis abrir uma agência humanitária. Não era essa a ideia do Rev. Caio Fabio D'Araújo Filho ao nos propor essa viagem! Eu sou profissional liberal. Não fazia a menor ideia do que se trata o tal "Terceiro Setor". Eu sustentava dezenas de Missões com meus boletos mensais, mas nunca quis ser um "missionário". Todavia, passados 4 anos, abrimos uma Base pequenininha (foto), depois outra maior, devolvemos muitas crianças às suas famílias, resgatamos outras tantas tirando-as debaixo das adagas que as imolariam. Adquirimos um condomínio, uma Casa de Acolhimento, a Fábrica de Esperanças (foto); e já demos "carteirada" em muita gente: 

"Saí da frente, sou missionário do Way to the Nations - Humanitarian Association que arregimenta discípulos do Amor para lutar contra o abuso nesse mundo cão! Saí da frente, em nome de Jesus! E assim, portas se abrem, um disque-denúncia funciona, comunidades inteiras aprendem o Evangelho, "Bobós" são devolvidos à vida e somos uma Boa Notícia - luz que brilha nas trevas, sal que dá gosto a essa terra; vida, alegria e sorriso! 
Garotinha, espero ter honrado teu sacríficio. Te beijarei de novo! 

Em Julho de 2014,
Marcelo Quintela
www.caminhonacoes.com


terça-feira, 9 de setembro de 2014

ENTRE MENINOS E HOMENS…

terça-feira, setembro 09, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments


“Quando eu era menino…” — disse Paulo sem nostalgia do tempo decorrido...


Assim deveria ser com todo homem satisfeito com a alegria da maturidade.

Sim! Lembrar do tempo em que se era menino na fé em Cristo, mas não com saudade.

Menino faz meninice...

Paulo, no texto acima, retirado de I Corintios 13, não diz qual era a sua meninice, mas nos dias que ele já fora apenas um menino... Também ele havia sido um dia um menino.

Entretanto, considerando que ele diz que a maturidade de um homem somente é alcançada quando o homem aprende o caminho sobremodo excelente, a vereda do amor, então, é para se supor que a meninice de Paulo fora confiar mais na certeza da verdade do que na verdade do amor.

O fato que até em Cristo [e, sobretudo, em Cristo...] Paulo viu que as coisas poderiam ficar pequenas e infantis, conforme ele via na fé dos discípulos de Jerusalém [com os que estavam com Tiago], alguns deles ainda tão meninos e presos ao que já não era...

Entretanto, Paulo fez a viagem toda... Não nasceu escrevendo aos Efésios. Teve que viver...

Teve todas as fases de impressões...


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

LEITURA DO NOVO TESTAMENTO

quinta-feira, setembro 04, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Leia a Palavra com o coração simples e cheio de fé!

“Vós tendes a unção que vem do Santo, e não precisam de que ninguém ensine a vocês!”


LEITURA DO NOVO TESTAMENTO: Cada pessoa no Caminho deve fazer a leitura do N.T. conforme a seqüência que se segue, sem leitura orientada, a fim de que cada um, de si mesmo, verifique o significado do Evangelho sem as leituras pré-condicionantes aprendidas na religião.

Os livros do Novo Testamento foram escritos na seguinte ordem: 1ª. e 2ª. Tessalonicenses; Gálatas, Efésios, 1ª. e 2ª. Coríntios, e Romanos; Colossenses, Filemom; Filipenses, 1ª. e 2ª. Timóteo e Tito; 1ª. Pedro; Marcos; Mateus; Hebreus; Lucas; Atos; Tiago, Judas, 1ª. 2ª. e 3ª. João; o evangelho de João, 2ª. Pedro; e Apocalipse.


CHAVE HERMENÊUTICA: OLHE PARA JESUS E VOCÊ ENTENDERÁ A PALAVRA. "O Verbo se fez carne...", sendo assim, a Encarnação torna-se nossa única e possível chave hermenêutica para entender a Palavra, a mim mesmo, o próximo e a realidade atual.

1. Deve-se ler existêncialmente a Bíblia como tendo seu espirito realizada em Cristo. Ele veio para cumprir tudo. Cumpriu? Sim! Está consumado! Mas cumpriu de uma maneira legal-aos-sentidos? Não! Prova disso que o cumprimento da Palavra em Jesus era justamente aquilo que os mestres da Lei em Seus dias chamavam de transgressão. Assim, há um espírito até na Lei. Jesus cumpriu esse espírito, não suas materializações!

2. Deve-se ler as "falas" de Jesus e não somente fazer (quando se faz) exegese do texto. Antes disso, deve-se perguntar: qual o significado desse ensino de Jesus para Jesus? E a resposta é uma só: veja como Ele lidou com a vida, com as pessoas, com os fatos! Conferindo uma coisa com a outra fica-se livre da construção de dois seres irreconciliáveis: o Jesus que viveu cheio de amor e graça, e o Jesus que ensinou coisas que só os interpretes autorizados conseguem "captar".

3. Desse modo, então, não se faz jamais uma interpretação textual que não coincida com o comportamento e com a atitude de Jesus na questão, conforme o Evangelho. Eu confiro tudo com o espírito de Jesus, conforme o Evangelho.

4. Só assim Jesus não fica esquizofrênico ante os nossos sentidos: o que Ele disse, Ele viveu; e o que Ele viveu, é o que Ele disse.


"Assim, Jesus é a chave hermenêutica para se discernir a Palavra, mas mesmo assim, eu só a conhecerei como Verdade, se eu mesmo a provar na minha carne; e isto é o que acontece quando a gente anda no Caminho; e assim é mesmo quando a gente tropeça."


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Por quê eu desisti de servir os pobres

quarta-feira, agosto 20, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Claudio Oliver
Quem me conhece e sabe de toda minha trajetória de vida deve achar no mínimo curioso o título acima. Minha família tem como referência central as figuras de meu avô e minha avó paternos que foram fundadores do Exército da Salvação no Brasil. Vidas dedicadas a mendigos, prostitutas, e de maneira especial aos órfãos, enfermos e renegados. Minha paixão adolescente se viu conquistada por lutas contra a pobreza, a fome e a injustiça e desde quando me casei, há 25 anos atrás, estive envolvido com servir em favelas, a estudantes pobres, populações carentes, mendigos, bairros periféricos, desempregados e pessoas sem renda. Tenho no currículo o fato de ter ajudado a gerar renda, facilitar a organização de famílias, feito pontes entre ricos e pobres, alimentado pessoas e dado a oportunidade de que outros descobrissem profissões, estudassem e transformassem seu futuro. “Empoderar” as pessoas, foi um dia um dos pontos chave de minha prática de não criar dependência. Depois de tudo isso, sou chamado a questionar toda a vida e a desistir de servir aos pobres.

Ao longo da vida guardo o hábito de sempre perguntar se o que estou fazendo tem sentido, se diante de meu Senhor e Deus estou com meu coração alinhado à Sua vontade, se não estou errando o alvo. Sigo com disciplina a regra dos três “por quês”, que pergunta a cada resposta dada o tipo de pergunta que só as crianças sabem fazer e que me auxilia a gerar um vetor de mudança permanente, de auto-crítica e de realinhamentos pessoais. Assim, a cada etapa, ao fazer cada coisa pergunto: Por quê? E qualquer que seja a resposta, a ela de novo pergunto: Por quê? Me sinto no caminho quando aquilo que faço ultrapassar o terceiro por quê, e daí sigo adiante.


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A DIFERENÇA ENTRE O DISCÍPULO E O SEGUIDOR OCULTO

quinta-feira, agosto 14, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Outro dia meu filho Ciro e eu conversávamos sobre Judas, Nicodemos, José de Arimatéia e outras figuras do Evangelho. 

Ele me disse: “É impressionante como as pessoas querem tudo, menos o que Jesus disse que queria de nós. Querem ser Mestres, Pastores, Levitas, Reverendos, etc... Só não querem ser discípulos”. 

Então minha mente foi para uma quantidade enorme de cenas dos evangelhos nas quais Jesus estava cercado de admiradores e papagaios de piratas. 

O próximo passo foi pensar na diferença entre um verdadeiro discípulo e o admirador distante, ou mesmo o admirador próximo. 

De fato, como nos evangelhos, Jesus continua cheio de admiradores, porém com bem poucos discípulos. 

Nada estranho. Afinal, Ele mesmo disse que Seus seguidores seriam apenas “um pequenino rebanho”. 

Quero pensar hoje em apenas dois admiradores de Jesus que se posicionam em pólos extremos da admiração. O primeiro é Judas. O outro é Nicodemos. 


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

FÉ E CRENÇA

segunda-feira, agosto 11, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Jacques Ellul

De um único verbo, crer, originam-se dois subs­tan­ti­vos que repre­sen­tam ações radi­cal­mente opostas: crença e fé. Porém quando quero usar uma forma verbal para expressar a minha fé tenho ainda de usar crer, a não ser que escolha uma fórmula ainda pior, ter fé.

A crença provê respostas a nossas perguntas, a fé nunca o faz. Cremos para encontrar segurança, solução, uma resposta para os nossos ques­ti­o­na­men­tos. As pessoas creem para desen­vol­ve­rem para si um sistema de crenças. A fé (a fé bíblica) é com­ple­ta­mente diferente. O propósito da revelação é fazer com que ouçamos as perguntas, e não suprir-nos com explicações.

A fé, em primeira instância, é ouvir, como Barth tão fre­quen­te­mente nos faz lembrar. A crença fala e fala, atola-se em palavras, interpola os deuses, toma a ini­ci­a­tiva. A fé requer um posi­ci­o­na­mento intei­ra­mente oposto: a fé espera, permanece atenta, colhe sinais, sabe o que fazer das parábolas mais delicadas; ela ouve paci­en­te­mente o silêncio até que o silêncio seja pre­en­chido pelo que ela toma sendo a inques­ti­o­ná­vel palavra de Deus, palavra da qual se apropria.

A fé isola o indivíduo; a crença, (qualquer que seja, inclusive a cristã) ajunta pessoas. Na crença nos vemos unidos a outros na mesma corrente ins­ti­tu­ci­o­nal, todos ori­en­ta­dos em direção ao mesmo objeto de crença, com­par­ti­lhando das mesmas ideias, seguindo os mesmos rituais, arrolados na mesma orga­ni­za­ção, quer seja religiosa ou social, falando o mesmo dialeto. A crença age como apa­zi­gua­dora na sociedade, ela é a chave para o consenso que buscamos, o defi­ni­tivo e há muito pro­cla­mado como neces­sá­rio elemento essencial da vida comunal. A fé sempre trabalha de maneira exa­ta­mente oposta. A fé indi­vi­du­a­liza; ela é sempre e exclu­si­va­mente uma questão pessoal. Fé é o rela­ci­o­na­mento pessoal com um Deus que se revela como uma pessoa. Esse Deus sin­gu­la­riza a pessoa, coloca-a à parte, e confere a cada pessoa uma iden­ti­dade que não é com­pa­rá­vel à de nenhuma outra. A pessoa que ouve a palavra de Deus é a única a ouvi-la; neste ato ela está separada das outras pessoas, e nele ela torna-se única – im­ples­mente porque o elo que liga esse indivíduo a Deus é único, exclusivo e invi­o­lá­vel. Trata-se de um rela­ci­o­na­mento singular com um Deus único e abso­lu­ta­mente incomparável.


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Nos ajude!

quarta-feira, agosto 06, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Na Nigéria as crianças são abusadas pelos cristãos do mal.
No Senegal, elas são abusadas pelos muçulmanos do mal.
Na Índia, pelos hindus do mal. E as ONGs se alimentam das religiões que se alimentam de crianças.

Os deuses tem que ir para o inferno!!! - Lugar onde as religiões foram inventadas! "Lugar" que a maioria das ONGs se tornou...

Acompanhe os diários, textos e vídeos pelo hotsite da expedição...
Basta acessar o link abaixo:
http://www.fabricandoesperancas.com/

Compartilhe. Ore. Ajude.

O projeto é de todos!


#juntospodemosmais
#FabricandoEsperanças


quinta-feira, 31 de julho de 2014

O Deus Jardineiro

quinta-feira, julho 31, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Por Rubem Alves


Um amigo me disse que o poeta Mallarmé tinha o sonho de escrever um poema de uma palavra só. Ele buscava uma única palavra que contivesse o mundo. T.S. Eliot no seu poema O Rochedo tem um verso que diz que temos “conhecimento de palavras e ignorância da Palavra”. A poesia é uma busca da Palavra essencial, a mais profunda, aquela da qual nasce o universo. Eu acho que Deus, ao criar o universo, pensava numa única palavra: Jardim! Jardim é a imagem de beleza, harmonia, amor, felicidade. Se me fosse dado dizer uma última palavra, uma única palavra, Jardim seria a palavra que eu diria.”

Depois de uma longa espera consegui, finalmente, plantar o meu jardim. Tive de esperar muito tempo porque jardins precisam de terra para existir. Mas a terra eu não tinha. De meu, eu só tinha o sonho. Sei que é nos sonhos que os jardins existem, antes de existirem do lado de fora. Um jardim é um sonho que virou realidade, revelação de nossa verdade interior escondida, a alma nua se oferecendo ao deleite dos outros, sem vergonha alguma… Mas os sonhos, sendo coisas belas, são coisas fracas. Sozinhos, eles nada podem fazer: pássaros sem asas… São como as canções, que nada são até que alguém as cante; como as sementes, dentro dos pacotinhos, à espera de alguém que as liberte e as plante na terra. Os sonhos viviam dentro de mim. Eram posse minha. Mas a terra não me pertencia.

O terreno ficava ao lado da minha casa, apertada, sem espaço, entre muros. Era baldio, cheio de lixo, mato, espinhos, garrafas quebradas, latas enferrujadas, lugar onde moravam assustadoras ratazanas que, vez por outra, nos visitavam. Quando o sonho apertava eu encostava a escada no muro e ficava espiando.

Eu não acreditava que meu sonho pudesse ser realizado. E até andei procurando uma outra casa para onde me mudar, pois constava que outros tinham planos diferentes para aquele terreno onde viviam os meus sonhos. E se o sonho dos outros se realizasse, eu ficaria como pássaro engaiolado, espremido entre dois muros, condenado à infelicidade.

Mas um dia o inesperado aconteceu.


terça-feira, 22 de julho de 2014

Humor: O Papagaio Crente

terça-feira, julho 22, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

- Pastor, boa noite
- Oi mana!
- Estou constrangida, mas vou falar
- Sei...
- O sr. crê em possessão de animais?
- Não mana
- E os porcos que ficaram endemoninhados e caíram no precipício?
- Acredito que a linguagem é figurada
- Como assim?
- Porco para o judeu é a representação da imundice e abismo é a existência projetada para o caos... Não posso afirmar que não aconteceu, mas interpreto desta forma.
- O meu papagaio está endemoninhado pastor
- Verdade mana?
- Sim.
- Por que você acha isso?
- Ele fica falando palavrão o dia todo e, quando repreendo em nome de Jesus, fica dando gargalhadas horríveis


quinta-feira, 17 de julho de 2014

Um texto que dá uma ideia da direção a seguir, baseada na tradição da qual fazemos parte.

quinta-feira, julho 17, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Assim, mais ou menos, expressa Rohr:


A chave para entrar na nova ordem social descrita por Jesus nunca é nossa dignidade, mas sempre graça de Deus. Todos nós somos salvos pela misericórdia divina e não pelo desempenho de que somos capazes. Qualquer tentativa de medir ou aumentar nossa dignidade estará sempre aquém, ou nos forçará à posição de negação e pretensão, que produz hipocrisia e violência - para nós e para os outros.


Mudar para uma "economia da graça " deixando de lado nossa habitual "economia de mérito" é muito difícil para os seres humanos... muito difícil. Nós, naturalmente, baseamos quase tudo na cultura humana em realizações, desempenho, feitos, pagamentos, valor de troca, aparência ou merecimento de algum tipo - o que pode ser chamado de "meritocracia" (o reinado do mérito ). A menos que nós experimentemos um rompimento dramático e pessoal do costume e regras acordadas baseadas no mérito, será quase impossível não acreditar ou operar fora de sua rígida lógica. Isso não pode acontecer teoricamente ou abstratamente, ou de alguma forma "lá fora". Isso precisa acontecer comigo!


A nossa palavra para a quebra dramática desta regra inflexível é a graça. A graça é a magnífica "queda da bastilha" que Deus pode fazer acontecer com nossas prisões auto-impostas, a única maneira pela qual a economia de Deus pode triunfar sobre o nosso sistema de mérito fortemente internalizado e impresso nas nossas vidas. Graça é a chave secreta, imerecida, pela qual Deus, o serralheiro Divino das barras de ferro de todas as vidas e para toda a história, que nos liberta. (Veja Romanos 11:06 , Efésios 2:7-10 ).


A vida, quando vivida plenamente, tende a nos dar instrumentos e a reequipar-nos, até que , eventualmente, descubramos uma misericórdia que preenche todas as lacunas necessárias para a nossa sobrevivência e sanidade. Sem graça, tudo que for humano declina e se transforma em pequenez, dor e culpa.






Texto de Richard Rohr, adaptado por Claudio Oliver.



Adaptado de Dancing Standing Still: Healing the World from a Place of Prayer,
pp. 42-43


sexta-feira, 11 de julho de 2014

É triste que já estejam com o saco cheio dessa história de criança africana morrendo de abusos mil...

sexta-feira, julho 11, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments


É triste quando pedem para que não falemos mais no assunto...

Confesso que fico triste quando ouço alguém dizer "Pois é, é feio essa coisa, mas essa feiúra acontece aqui e em todo lugar" como uma desculpa para nada fazer, como todas as desculpas são, covardes, feita a do Intérprete da Lei "Quem é meu próximo?", apenas como pergunta-desculpa para não re-conhecer os próximos na caminhada da vida.

É triste quando acham que entupimos o Facebook disso porque é um bom assunto e não por causa das crianças que precisam de socorro. E triste quando desvalorizam o que é feito por não estar sendo feito pela agência preferida e mais triste ainda quando não estendem a mão porque não é da denominação e podem se complicar por se envolver com gente que consideram tão equivocadas em seus modos de agir e crer, como quem diz: quem não é por nós, bom, melhor manter distância destes.

É triste quando dizem que é preciso resgatar as crianças à nossa volta antes, como se resgatassem, como se a casa deles estivesse cheia de filhinhos adotivos sendo tratados com carinho ou como se estivessem nas lutas por direitos de pequenos ao redor deles, a começar pelos de suas próprias casas. Como se não soubessem que estamos fazendo isso com muita força, que não seríamos loucos de cruzar o oceano sem que aqui tivesse sendo feita alguma coisa há tempos. Como se a criança de lá fosse obrigada também a esperar por socorro, como quem diz: "Calma aí, negrinho, estamos dando prioridade às recomendações dos adultos de cá... Lute para não morrer enquanto nos espera. Para que não falem que nós cuidamos de vocês sem cuidar das nossas e nos queimem o filme". Não! Isso é absurdo.

É triste tantos voluntários de momento. De fotos e vídeos, que escrevem entusiasmados para fazer parte de tudo antes de conhecer os desafios propostos. Quantos e-mails que chegam aos montes com currículos e tudo o mais, mas que se escondem quando ouvem dos perigos, da grana ou quando se pede para que ajudem em eventos simples, na arrecadação de alimentos, em ligações, coisas do dia-a-dia sem as quais nada é possível, mas destas não se filma ou tira foto. É um voluntariado invisível. E por ser, pulam do barco.

É triste que você ao ler sobre a indiferença de muitos, não reflita em si mesmo e diga que isso acontece por ser no país do futebol, culpa da Copa, do governo, da igreja, de Deus, do diabo, da divisão de classes, do comunismo que assolou a terra, do capitalismo que ferrou a todos, da falta de educação, da religião, do inferno, da mãe Joana, como quem, apesar dessas coisas todas, não compra a briga para si. Não deixa o discurso de lado para pôr a cara na frente da bala. Encontra desculpas para não encontrar-se. Apesar de reconhecer o mal no mundo, não luta para combatê-lo nas trincheiras do viver à sua volta, com o que pode, como pode. Triste idealista das palavras.

É tudo muito triste.

Mas a gente vence a tristeza, fabricando esperanças."

Gito.
Há 07 dias de embarcar para a Nigéria.