terça-feira, maio 14, 2013 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments
Quando o movimento
hippie despontou, os cristão ficaram de cabelo em pé. Apavoraram-se diante
daqueles ideais. Trancaram-se dentro de suas igrejas, com as costas viradas
para o mundo, olhos fechados, clamando por misericórdia. Agarraram suas
crianças e protejeram-nas no mal. Temerosos e inseguros diante da loucura que
se formava, fecharam os olhos para um fiapo de beleza que aparecia no centro do
turbilhão. E, naturalmente, como fazem até hoje, mantiveram suas próprias
loucuras isentas de julgamento.
Alheias à essa retração
medrosa, pedras levantaram seu clamor. Do âmago das almas enebriadas por sexo
livre e drogas, erguia-se um clamor semelhante ao de Paulo, que anunciava o
início de um novo mundo onde não havia grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão,
bárbaro, cita, servo ou livre. Uma fraternidade de homens.
Imagine que
não exista nenhum país
Não é difícil de fazer
Nada porque matar ou porque morrer
Nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz...
Imagine nenhuma propriedade
Eu me pergunto se você consegue
Nenhuma necessidade de ganância ou fome
Uma fraternidade de homens
Imagine todas
as pessoas
Compartilhando o mundo todo.
Imagine- John Lennon
[tradução livre]
Aquela
juventude transviada tinha um ideal. Muito pior do que isso, estava disposta a
viver seu ideal. Criam nele a ponto de tentar torná-lo real. É claro que os
meios são tão questionáveis quanto os resultados, mas o ideal era decididamente
valioso e absurdamente semelhante ao Reino de Deus - paz e amor.
Em contraste com eles,
nós, cristãos, nos encontramos hoje completamente inertes. Como Raul Seixas,
permanecemos "parados, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando
a morte chegar".
Estou
certo de que você já constatou que todos os anos seu celular, seu computador,
os jogos que você utiliza - e tudo o mais - mudam: as funções multiplicam-se,
as telas aumentam, colorem-se, as conexões da internet melhoram, etc. (...)
Quem pode acreditar seriamente que vamos ser mais livres e mais felizes porque
no ano que vem o peso de nosso aparelho de MP3 vai diminuir pela metade, ou sua
memória duplicar? Conforme o desejo de Nietzsche, os ídolos morreram: de fato,
nenhum ideal inspira mais o curso do mundo, só existe a necessidade absoluta do
movimento pelo movimento. Rafael
Campoy - citado em algum lugar que não encontrei mais...
Somos
como ratos na gaiola. Nosso ideal de vida é correr
naquela rodinha. Fazê-la girar e girar. Um celular novo, mais memória ram,
carro novo, bicicleta nova.
O Evangelho, no
entanto, é a proposta de um ideal pelo qual viver! A proposta de um Reino que
já começou. "É chegado o Reino de Deus". “Venha a nós o Teu Reino”,
orou aquele homem que jamais sonhou que um dia se tornaria um mero um adjetivo
religioso.
O
cristão, porém, jamais chegou a mover uma palha pelo ideal de Lennon, tão pouco
pelo de Cristo. Está preocupado é com o ‘espiritual’. Suas preocupações e
ênfases, seu relacionamento interesseiro com Deus, está quase sempre baseada
numa devoção alienada.
A única coisa não espiritual que envolve a devoção evangélica é o culto a
Mamom. No mais, tudo gira em torno das almas e das sensações. É uma fé
ectoplásmica.
Carecemos de uma
reviravolta. Chega de gospel [sic].
Chega de louvor comercial.Precisamos
cantar Beatles. Clamar pelo evangelho de Lennon, que sabia mais do Reino de
Deus que nossos 'levitas' [sic].
"Um santo tem que antes ser um bom pecador. E o caminho para a santidade é vereda do reconhecimento do pecado."
Contato
Jorge William:
(21) 98615-3634
jwbernar@hotmail.com
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