Jesus
estava ali, quieto, e os homens, já com pedras na mão para atirarem na mulher,
vão até ele para provocá-lo: Mestre, Moisés mandou que mulheres apanhadas em
flagrante adultério sejam apedrejadas; tu, pois, o que dizes?
Jesus responde: aquele dentre vós que estiver sem pecado
seja o primeiro a atirar pedra. E o texto da Escritura diz que a começar dos
mais velhos, indo até os mais novos, eles
foram se retirando, um por um. A começar dos mais velhos, porque os mais novos
sabem ainda muito pouco da vida, são ainda uns potros de ignorância total que
ainda vão apanhar muito; mas tem velho calhorda, também, que pega em pedras
para atirar, mesmo vivendo pulando a cerca, mesmo já tendo feito, sofrido e,
ele mesmo, se escondido das pedradas (porque sempre sobra mais para a mulher,
no passado e até hoje.
Para o homem é currículo, mas para a mulher só é
currículo junto a quem quer pegá-la, porque um conta para o outro: pode ir lá,
que tem).
Os mais velhos se retiraram, depois a ficha foi
caindo para os mais novos e eles também foram se retirando, até ficar somente
Jesus e a mulher.
Porque no final ficam somente Jesus e o adúltero,
somente Jesus e a adúltera. Não é Jesus e o adultério; Jesus não se relaciona
com um conceito, Jesus se relaciona com pessoas.
Pessoas é que têm de
aprender a viver a partir de princípios. O princípio sobre adultério e sobre
divórcio eu preciso aprender, como pessoa, para viver bem e tentar ensinar, a
quem eu possa, um bom caminho, que é o caminho de vida segundo Deus. Isso é para
mim, é para o meu bem, por isso é que eu devo fazer; mas Jesus não se relaciona
com um conceito. Eu é que tenho de aprender o princípio.
E tenho de me
relacionar com uma pessoa – a pessoa é Jesus.
Quem se relaciona de
verdade com Jesus se relaciona com o Evangelho, se relaciona com o princípio.
Porque todo aquele que
se relaciona com uma pessoa real se relaciona com uma pessoa que tem opiniões –
e Jesus tem mandamento (não são ideiazinhas que ele tem para nos dar, é
mandamento; ele é o Senhor e nós somos os discípulos).
Portanto, quando eu me
relaciono com Jesus, eu me relaciono com o Evangelho, me relaciono com o
princípio. E é o princípio que me ajuda a caminhar, por dentro e por fora, sem
me tornar um adúltero nem por dentro nem por fora, e sem ter de recorrer à
calamidade que o divórcio sempre gera, porque é como uma amputação, dói demais;
os filhos que o digam.
Jesus, no entanto, vem
para o indivíduo – fica só a mulher e Jesus, fica só o adúltero e Jesus.
O princípio é para
aprendermos o caminho da vida e fugirmos do precipício, mas se o precipício já
aconteceu, fique sabendo que Jesus não é a religião.
A religião para no
adultério e para no divórcio; Jesus vai até ao adúltero, vai até ao divorciado
e diz: chama teu marido e vem cá.
E quanto aos que querem
jogar pedras na adúltera, ele faz cada um se enxergar, manda todo mundo ir
embora, ficando só ele e a pessoa.
É aí que há salvação e
recomeço: quando fico só eu e Jesus, nessa história.
Caio Fábio
Trecho transcrito da
série "O Caminho do Discípulo". Série de ministrações feitas pelo Pr.
Caio sobre o significado prático do seja o caminho do discípulo de Jesus.
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