quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Subvertendo as formas pré-estabelecidas
quarta-feira, dezembro 17, 2014 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments
Além de não
conformar-se, isto é, ajustar-se aos padrões vigentes, o Evangelho do Reino
provoca transformações profundas, tanto no indivíduo, quanto na sociedade.
No
indivíduo, esta transformação começa pela renovação do seu entendimento,
conforme lemos em Romanos 12:2. Portanto, parte do subjetivo. Sua cosmovisão é
radicalmente afetada. A maneira como se vê, e como enxerga a realidade à sua
volta muda drasticamente.
Ele passa a
perceber-se como um pecador carente da misericórdia divina. Há uma expansão da
sua consciência (Metanóia no grego , ou arrependimento em
português). Sua avaliação de si mesmo e do mundo passa a estar em linha com a
avaliação feita por Deus. Suas opiniões particulares se rendem à verdade
revelada na Palavra.
A
introspecção inicial dá lugar a uma nova cosmovisão. Embora parta do subjetivo,
não pára aí. Ao sentir-se transformado por Deus, o indivíduo é comissionado e
desafiado a trabalhar pela transformação do mundo. Daí o caráter objetivo e
abrangente da transformação proposta pelo Evangelho.
A injustiça
imperante na sociedade começa a causar-lhe náuseas, porque seu coração agora
bate no compasso do coração de Deus. E ele não se contenta a ser um mero
espectador da história, mas almeja ser um agente subversivo do Reino de Deus.
O Espírito
do Senhor que passa a habitar nele, o impulsiona a trabalhar pela restauração
dos lugares há muito devastados pelo crime, pela injustiça social, pela corrupção,
pela promiscuidade, e por tudo o que degenera o ser humano (Isaías 61:4).
A
transformação desejada é precedida por um TRANSTORNO.
Transtornar
é bagunçar o que está arrumado, para então estabelecer um novo padrão. Para dar
uma faxina nada casa, é imprescindível que se tire as coisas do lugar.
Os
discípulos de Jesus foram acusados de transtornar o mundo (At.17:6). Onde o
Evangelho chegava, havia sempre uma desordem inicial, um alvoroço, como o que
aconteceu em Éfeso, quando os comerciantes amargaram um enorme prejuízo por
conta do culto a deusa Diana ter sido desacreditado.
Como já
devem ter percebido, gosto muito de estudar a origem etimológica das palavras.
Algumas
traduções trazem o vocábulo “alvoroço” em vez de “transtorno”. A palavra “alvoroço”,
tem a mesma origem de “alvorecer”. Quando se tocava o clarim da alvorada no
acampamento do exército romano, havia um alvoroço, que logo era seguido pela
ordem matinal, com todos os soldados devidamente enfileirados.
A trombeta
de Deus tem sido tocada, onde quer que o Evangelho do Reino seja anunciado. O
alvoroço causado pela proclamação da verdade é o prenúncio de que a aurora está
prestes a raiar.
Esta
transformação deve abarcar todos os campos do conhecimento humano, e todos os
setores da sociedade. A cultura, a ciência, a legislação, a educação, a família,
nada fica imune ao fluir do Rio de Deus. E onde quer que ele passe, tudo revive
( Ez.47:9).
A igreja de
Cristo não tem o direito de represar o rio da vida. Não somos lagoas de águas
paradas, infestadas de micróbios e larvas de insetos. Somos o canal por onde
passam as águas do rio de Deus. Deixemos, portanto, que elas desaguem no mundo,
a fim de transformá-lo.
Uma
religiosidade intimista, circunscrita ao indivíduo e às suas experiências, não
poderá romper com os diques. O rio de água viva prometido por Jesus, flui do
nosso interior, e não em nosso interior. O interior do homem é o ambiente de onde
as águas transformadoras jorram, mas não é o ambiente onde elas devem desaguar.
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