quinta-feira, 25 de junho de 2015

Uma palavra aos Lobos

quinta-feira, junho 25, 2015 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments



"PORVENTURA, EM TEU NOME NÃO PROFETIZAMOS, EXPELIMOS DEMÔNIOS E FIZEMOS MUITOS MILAGRES?"


Essa é a pergunta que carrega a cretinice da autojustificação iníqua.

Mateus 7, do verso 15 ao 23, traz uma das perguntas mais cretinas que se fez, que se faz e que se fará a Jesus. É uma pergunta que tem a possibilidade de realização no presente histórico, no final da história de algumas pessoas, na passagem, na virada panicada, nas angústias e nas expectativas de ira e fogo vingador, como diz o escritor de Hebreus, e, com certeza absoluta, ela se tornará uma pergunta de muitos naquele dia, naquela hora de luz absoluta, da qual ninguém escapará, nem quem tenha se anestesiado, se cauterizado de todos os modos possíveis, mas vai chegar o momento final, o momento ômega em que essa questão vai brotar, vai aparecer.

"Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade".

O texto começa advertindo as ovelhas, os discípulos, todas as pessoinhas do reino de Deus. Porque o que o texto diz é: acautelai-vos daqueles que vêm vestidos de ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Por que a cautela? Porque o potencial que eles têm de fazer o mal é devastador. Um potencial não só de destruir a fé e de arruinar a consciência, mas muitos deles, pelo ensino errado, destroem a percepção das pessoas pela prática do erro que se visibiliza, se torna flagrante público. Eles causam escândalo! E mesmo quando não são descobertos, eles condicionam, do ponto de vista energético-espiritual, um povo inteiro que, mesmo não tendo discernido a informação do engano deles, (engano tanto do ponto de vista do que digam falsificado e estelionatariamente, quanto do ponto de vista da vida que eles vivam incoerentemente com a palavra) experimenta a energia espiritual que deles vaza. Sendo por esta energia moldado, injetado, introjetado com o mesmo espírito de perversidade. De modo que, ficar exposto a esse ensino é, no mínimo, absorver a energia desse engano que vai nos entupindo, nos moldando, nos desensibilizando, tirando nosso discernimento e a capacidade de ver, de enxergar. Vai nos entupindo com tamanha sutileza, que, às vezes, ficamos amortecidos.

Hoje em dia, não sei se as pessoas sabem, mas com essa porta da igreja evangélica mais larga nos fundos do que na entrada, com essa evasão enorme de pessoas que entraram uns anos atrás, viram as loucuras e foram saindo, o maior número de ateus confessos no Brasil é formado de egressos das igrejas evangélicas. Não são professores universitários. Não são formandos de antropologia, biologia, física, não são do mundo acadêmico. Esses ateus são indivíduos que dizem que ‘Deus não existe porque não é possível que Deus permita, sendo Deus, que um cara como aquele que me enganou, por tanto tempo, continue vivo’. Eles ficam querendo que caia fogo do céu na cabeça das pessoas, e, como Deus não é assim, eles preferem dizer que Deus não existe. Por causa do engano, do trauma psicológico, esse se tornou um dado estatístico horroroso, crescente no nosso meio.


Por isso Jesus diz: acautelai-vos, prestem atenção. A árvore boa produz fruto bom, e árvore má produz fruto mau. Espinheiros não produzem figos e figueiras não produzem espinhos. Observe a natureza. E a mensurabilidade desse fruto não tem nada a ver com elementos de exterioridades e nem de quantificações. Tem a ver com expressões do caráter, pois os frutos do Espírito Santo sempre decorrem de expressões interiores, do caráter, da qualificação humana do indivíduo na presença de Deus e do próximo. No mínimo tem de produzir um ser humano absolutamente, sinceramente humano, demasiadamente humano para que seja santo, porque não é possível que haja santidade sem que antes essa santidade não faça a viagem da mais visceral, sincera humanidade na presença de Deus e do próximo.

Aqui está a razão pela qual a advertência é feita também a todos os discípulos; para que as pessoas abram os olhos, para que discirnam. É muito fácil enganar crente. Enganar ovelha. É uma facilidade, pois o individuo chega falando ‘em nome de Jesus’ – pois esse nome abre todas as portas -, sapateando, rodando o paletó, com mil mirabolâncias, todas em nome de Jesus, com estereótipos e aplausos, as pessoas ficam eletrizadas com aqueles maneirismos malucos, muito mais estereotipados do que qualquer apresentador de programa de baixa qualidade na TV consegue realizar, e para o povo que ouve aquilo em nome de Jesus, tudo aquilo entra, serve. “Em nome de Jesus” você pode anunciar o maior absurdo, porque esse nome anestesia, na mente de quem não tem discernimento, a compreensão para se ponderar a seguir. E o indivíduo não conhecendo o evangelho, por causa desse nome se cria qualquer evangelho atrás desse nome. Ainda, se isso for dito com qualquer expressão de histeria, de intensidade carismática, quem não tenha conhecimento do evangelho, mas reverencia o nome de Jesus, acolhe qualquer loucura que atrás disso seja proposta em nome do que seja evangelho e essas pessoas não têm nenhum interesse de levar alguém ao conhecimento do evangelho, porque conhecer o evangelho destrói o negócio delas. É muito mais interessante para esses indivíduos falarem abusivamente em nome de Jesus do que ensinarem a palavra porque o verdadeiro ensino da palavra seria um suicídio para o seu negocio de engano. E aí milhões vão sendo enganados. Uma vez enganados a mente fica tão obturada, tão fechada, tão condicionada... pois a lavagem cerebral muitas vezes é tão profunda que nem todos conseguem sair do engano. Algumas pessoas até reconhecem que aquilo não presta, mas quando começam a ouvir o evangelho, elas não conseguem assimilar porque, de algum modo, algo muito profundo dentro delas, de um lado diz que aquilo não é verdade, mas, de outro lado, não se abrem para admitir que aquilo que seja verdade de tão condicionados – tão ratinhos de Pavlov - que se tornaram em tal condicionamento. Por isso, tal advertência é feita a nós para que não sejamos tão enganáveis. Essa foi uma preocupação constante de Jesus quando ele diz para termos cuidado com os falsos mestres, falsos profetas. Jesus nos avisa que eles vão se superabundar: falsos profetas, falsos mestres e falsos cristos. E nós prestamos atenção somente nos falsos cristos. Aparece um Jesus Miranda, que se diz ser o cristo; depois tem o Inri Cristo – esse que é o mais inocente, pudico de todos os cristos contemporâneos, coitado, até parece uma brincadeira, pateticamente engraçado, circense. O Inri cristo está perdoado com suas ‘inriquetes’. Ele não corrompe o coração de ninguém. Agora, os falsos profetas, nomeados pastores, bispos, apóstolos, esses carregam um juízo enorme sobre a cabeça pela falsificação do ensino, pela torpe ganância, pela insinceridade, pelo divórcio profundo entre o evangelho
não só o ensino dele e as práticas de suas vidas, porque o Inri Cristo tem lá suas vinte inriquetes, mas esses outros têm milhões e milhões de enganados e vão construindo impérios do engano e condicionando as mentezinhas de milhões de pessoas que, de tempos em tempos, levam sustos e choques e não sabem mais o que fazer da vida. São escândalos e tropeços para os pequeninos.

Jesus descreve a personalidade de tais indivíduos.

Observe as características e as qualificações que Jesus atribui a essas personalidades. Em primeiro lugar, Jesus afirma o egocentrismo deles. “Quando dizem: Senhor, Senhor em teu nome nós”. Em teu nome nós profetizamos, nós expelimos demônios, nós fizemos. Mas o egocentrismo é extraordinário. É a primeira marca disso tudo e tem a ver com a centralidade desses egos, com a propaganda desses egos acerca deles mesmos, acerca do que eles fazem, realizam, do que tornam público, supostamente, em nome de Deus. A segunda coisa tem a ver com o fato de que eles associam tudo que seja concernente a Deus ao que se realize de maneira exterior, de maneira externa, visível aos sentidos e aos olhos.

Qual é a ênfase? “Em teu nome expelimos demônios.” Um indivíduo estrebucha, se balança, sacode. E outro diz : saiu mais um, muitos hoje vão sair quem é que foi liberto do demônio fica em pé.

“Em teu nome profetizamos.” E ai eles anunciam suas profecias. Eles as tornam publicas. E, quando calha de algumas delas acontecerem, elas se tornam objeto do testemunho e da divulgação do poder profético deles para impressionar a outros tantos.

“Em teu nome fizemos milagres”. Eles fizeram. Eles são os poderosos. Em tudo eles são os poderosos. São os poderosos que disseram “Senhor, Senhor, Jesus” e converteram a muitos, são os que profetizaram e as profecias aconteceram e são os poderosos que mandaram os demônios saírem e eles se foram; são os poderosos que fizeram milagres porque eles são os homens e as mulheres do milagre. Habita um poder neles e tudo isso é ‘visibilizável’, contabilizável, ‘historiável’ do lado de fora.

A terceira característica desses indivíduos é que eles creem que esses atos, ainda que completamente insinceros em relação à verdade de seus corações são de uma necessidade divina extraordinária.

Vivem o engano diabólico de pensarem que por tais realizações, por tais suores, por tais gritos, por tais supostos feitos, por tais esforços; ainda que eles se remunerem regiamente, do ponto de vista financeiro, com tudo o que façam e inspirem no povo uma dependência extraordinária que os tornem deuses e senhores das alminhas desses cativos; eles, todavia, diante de Deus, alimentam o autoengano de pensar que a insinceridade deles está coberta pelo crédito que eles conseguiram por terem reunido tanta gente em torno do nome de Deus ou do nome Jesus, porque eles também carregam dentro deles ou o engano, ou autoengano ou a suposição, no nível que ela seja de engano ou de autoengano, de que Deus é um carente cósmico que não consegue não se agradar, sob hipótese alguma, de alguém que faça propaganda do nome dele. Eles estão impregnados do espírito da religião propagandista de Deus. Sim, a religião é uma grande propagandista de Deus. Eles estão tão tomados desse espírito, eles se tornam os lideres desse espírito, os famosos desse espírito, os representantes desses espírito, a imagem, a fachada desse espírito, que eles acreditam que Deus realmente se alimenta de tal contabilidade humana; que Deus até está em dívida com eles. Eles dizem: ‘Afinal de contas, antes de eu começar a pregar o galpão estava vazio, ali era um cinema, era um armazém, e agora está lotado com seis reuniões por dia. É um volume financeiro extraordinário, há um movimento diário enorme, o nome de Jesus e falado o tempo todo e o povo aplaude. Nós conseguimos isso. Temos público muito grande. Até o Papa passa por aqui e não consegue reunir um público tão grande assim’. Deus está feliz, contente, porque Deus é esse ídolo caprichoso, Deus é tão narcisista quanto eles. 

Paulo disse que o Deus deles são eles mesmos. O Deus acerca de quem eles pregam, esse Jesus cujo nome eles usam e abusam é o apelido do ego deles, do alterego, da projeção narcisista deles que se alimenta disso e eles transferem para esse imaginário de um Deus inventado, a mesma necessidade de aplauso, de presença, de público. É um deus carente. É um Roberto Carlos que não pode envelhecer e nem falir, o todo poderoso. Precisa de gente ali, precisa de adulação, que é uma carta de crédito, é uma carta de fiança, que eles esperam apresentar naquele dia. Sim, “naquele dia” eles apresentarão a lista dos milagres.

É uma projeção deles. Eles vivem dessa ideia de que Deus se agrada do que eles se agradam. Nas suas mentiras, nas suas mazelas, nas suas hipocrisias, com os elementos da exterioridade quantificável, eles acham que Deus é um igual a eles. Como diz o Senhor: pensáveis que eu era vosso igual? Porque desde sempre os falsos profetas pensam que Deus é igual a eles. Isso não muda nunca, por isso esse autoengano prevalece.

A outra realidade que Jesus faz se tornar característica dessa marca é querer que realizações exteriores sejam equivalentes a fruto segundo Deus. É vender para eles mesmos, nos seus enganos, e para o povo, a ideia de que eles estão justificados pelas quantificações e pelos números. Eles dão fruto. Fruto é quantidade, é número; desde a arrecadação financeira, à quantidade de pessoas, de pseudoconversões, de pregações, de falas.

É só ir a uma reunião dessas de líderes evangélicos para se ficar chocado com as baboseiras. O indivíduo diz: ‘este ano preguei 1237 vezes. E quantas conversões? Só de batismo fizemos 8.932, fora os que levantaram a mão eu não tive tempo ainda de batizar e já abrimos 324 congregações. Ano que vem dobraremos o alvo com a graça. E os milagres? Sabe quantos batismos com o Espírito Santo em cada reunião? Uma média de 24 a 25 irmãos falam em línguas nas nossas reuniões. E as profecias que estão se cumprindo? Oh, glória!! Deus me deu uma unção que está se renovando. Esse ministério profético que eu tenho e eu profetizo. Os milagres acontecem em ordem regressiva também’.

Isso não é brincadeira. Quem já andou nesse meio evangélico sabe que é assim. E eles vendem isso tudo como fruto. “Vejam o nosso império, vejam o que temos, o que realizamos, as nossas torres, os templos que já temos que já são quase 3.400” , eles dizem.

Isso é o fruto. Basta se perguntar “como você avalia o fruto de Deus na vida de alguém” e a maioria das respostas será aquela que avalia um homem de Deus pelas quantificações,pelas conversões, números de batismos, milagres, feitos exteriores. Isso tudo foi ensinado, convenientemente, a essas pessoas: Que o Reino de Deus é feito de materializações exteriores. No entanto, Jesus disse que o Reino de Deus está dentro de nós. Essas pessoas, escrevendo Gálatas 5, diriam que o fruto do Espírito são muitos batismos, muitos templos, muitas profecias, muitos milagres, incontáveis pregações, é muito dinheiro arrecadado, é a prosperidade do pastor, do bispo, do apóstolo. Essas coisas. E o povo vai ficando tão enganado que se torna patético, até parece gente que não tem nem fé.

Quando se lê que o “fruto do Espírito é amor”, essas pessoas dizem que isso é coisa de gente fraca e que por isso não cresce. E questionam: 

‘Alegria, paz, bondade, como fruto do Espírito? Ninguém vai a lugar algum com bondade; é preciso ter alguma maldade para se conseguir as coisas. Deus perdoa mesmo. Longanimidade? Perde-se muito tempo com longanimidade, pois a longanimidade rouba muito tempo da efetividade, da objetividade, da pragmaticidade, da realização imediata. Fidelidade atrasa a vida. Ficar ao lado de alguém que é muito fiel, essa pessoa vai atrasar a sua vida. Não se pode perder tempo. O negócio é resultado. E aqui se faz qualquer negócio. Mansidão não adianta. É bom para o crente duro, que a gente pede a Deus que ele seja muito manso, para não atrapalhar. Domínio próprio é coisa boa para as nossas mulheres não nos traírem. Para nós é difícil, pois muitas vezes temos de tomar decisões muito rapidamente e aí cometemos erros. Até reconhecemos os nossos erros, mas, no fim, dá tudo certo porque a coisa cresce, Deus abençoa e a unção não vai embora. Esse é o fato: a unção não vai embora’.

Fruto, para eles, é isso. É vendido desse modo e a interpretação dos tolos passa ser esta.

Outra designação de perfil que Jesus faz desses indivíduos tem a ver com o fato de que eles acreditam que a utilização da afirmação do senhorio de Jesus implica no senhorio de Jesus sobre a boca que o confessa. Não está dito que “toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor?” Eles interpretam isso literalmente. O que importaria, nesse caso, seria a mera confissão de uma frase!

Ora, na verdade, com frase ou sem frase, a vida deles não obedece ao evangelho, Jesus não é o Senhor da vida deles, da consciência, da mente, do pensamento, das decisões, das atitudes, de nada; mas eles dizem: ‘Jesus Cristo é o Senhor’ e argumentam que Paulo diz que ninguém pode dizer Senhor Jesus se não for pelo Espírito Santo. E então, eles acham que porque dizem “ Senhor Jesus” é uma obra do Espírito Santo neles, logo, Jesus é o Senhor deles... E isso tudo ainda que eles tenham acabado de desatolar a língua de um lugar em que ela não deveria ter estado...

Essa é a lógica mágica que eles dizem para si mesmos e vão tentando fazer os outros assim crerem; de modo que “Jesus Cristo ser o Senhor” se transforma em um slogan de esquizofrênicos, de mágicos, de bruxos do nome; de ‘misticistas’ que usam o nome como se o mero utilizar desse nome carregasse um conteúdo de significado mutante na interioridade do indivíduo, quando não é assim que Jesus ensina e que nem a palavra jamais ensinou e jamais consentirá com tamanho erro.

Então, se se disser que Jesus é o maior de todos, se tem a doutrina certa. “Jesus é maior do que Buda, Zoroastro, Confúcio. Aleluia!! Aqui tem um poder maior do que na macumba. Jesus é maior do que o diabo, irmãos!”.

E isso supostamente é ortodoxia de ensino. E há ainda uma característica que é aquela que Jesus diz: que eles creem que o inusitado miraculoso seja o sinete da validação de qualquer cafajestagem que se faça, porque se, ao final, alguma coisa extraordinária acontecer, a malignidade toda feita antes está cancelada porque Deus diz que eles são muito úteis, são mediadores tão extraordinários, representantes marqueteiros tão fundamentais, que, de fato, sem as suas vozes, sem as suas performances, sem os seus carismas, sem os seus poderes de impressionar, sem até mesmo os seus poderes psíquicos, ou sem sua paranormalidade, ou sem seus poderes de sugestão, que eles aprenderam na sua forma de comunicação, o nome de Deus estaria apagado na terra. De modo que – eles entendem
os pecados deles todos estão perdoados pelos serviços a essa causa do galpão, a essa causa da reunião, do ajuntamento, da congregação que congrega a alienação, mas não faz mal, não, todos estão alienados, mas dizem que o nome de Deus é o maior.

“Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor...”.

Jesus então nos diz que chega aquela hora e a quantidade de pessoas não é pequena; Jesus nunca disse que seriam alguns, mas que seriam muitos. Ele disse que o rebanho dele era pequeno, que a porta é estreita, que o caminho é estreito, mas diz que a cambada aqui é de muita gente para falar apenas dos que divulgam o nome de Jesus sem compromisso como evangelho, que não fazem parte do rebanho
porque as suas ovelhas ouvem e conhecem a sua voz. Ele diz “Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem a mim”[1], portanto, esses muitos não fazem parte desses poucos. São muitos que virão naquele dia e dirão.

Imagine, generacionalmente, na horizontalidade dessa nossa geração, quantos milhares e milhares neste instante, em volta do planeta, estão fazendo exatamente assim? Dá para avaliar? Agora, some-se o acumulado disso geração após geração. Se na nossa geração são milhões fazendo assim, são milhões enganados e perplexificando-se, iludindo-se, escandalizando-se. Imagine então na linearidade cumulativa na história? Quantos muitos e muitos são esses? É muita gente.

Coisa rara é a pregação singela, pura e simples do evangelho. A coisa fácil é isso que Jesus está dizendo nessa passagem. O evangelho puro, simples, sempre foi raridade. Foi nos dias de Jesus, nos dias dos apóstolos, nos dias de Paulo. É por isso que ele tem de pegar um tímido como Timóteo e quase que obrigá-lo a não se intimidar e ir para a rua pregar, porque a quantidade dos afoitos pernósticos, gananciosos, tocados por sórdida ganância e por objetivos malignos, crescia no primeiro século para todos os lados como também cresceu no segundo, depois no terceiro e depois do quarto século, de Constantino em diante, nós vimos isso virar uma grande Babilônia.

Evangelho não é a regra. Infelizmente, evangelho é a exceção. Verdade do evangelho não é a regra. Infelizmente também é a exceção, foi o que Jesus deixou claro em tudo o que ensinou e disse. Nós estamos aqui e Jesus nos diz que chega aquela hora, triste, trágica porque é lamentável que pessoas tenham gasto a vida toda supondo que o evangelho é fonte de lucro. Pedro repete a mesma coisa. Eles pregam por sórdida ganância, amaram o prêmio da iniquidade, o prêmio de Balaão. Judas repete as mesmas palavras.

É absolutamente trágico que tenham tido o nome de Jesus na boca, mas seus corações estejam estelarmente distante dele. Que tenham evocado esse nome dizendo ‘sai, demônio, em nome de Jesus’ e o demônio tenha saído porque Deus é misericordioso e ama o possesso e o cara tenha tomado o poder do nome de Jesus como crédito pessoal. Ele virou o Jesus da relação, tão confiado ele está de que tanto faz quem ele seja, como ele viva, se acontecer algo do lado de fora o crédito é Dele. É trágico que seja assim. Se ele profetizar e acontecer alguma coisa, não foi porque o amor de Deus visitou a pessoinha carente da exortação, da palavra, da admoestação, do ensino, da esperança profética, foi porque eles têm o dom. São os detentores da profecia. Se algum milagre aconteceu, não foi por causa da misericórdia de Deus diante da carência humana, foi porque eles liberaram o poder, porque deram cobertura. Eles amarram o poder de Deus, desamarram. Liberam. É uma coisa louca. Nem anjo tem essa pretensão. Nem o diabo tem essa ousadia.

É uma loucura extraordinária e é pateticamente trágico. Às vezes, só uma tragédia salva o indivíduo em vida e, às vezes, nem tragédia. Temos visto sucessões de tragédias acontecendo e eu oro do lado de cá para que a luz brilhe e eles se quebrantem; no entanto, eles se levantam dali mais arrogantes do que nunca.

Às vezes, uma tragédia ainda salva, outras vezes é na beira da morte. Já vi também essa situação. Já vi pessoas morrendo pedindo perdão de todos os enganos que elas ensinaram. Como, por exemplo, o caso de uma pessoa que, a meu ver, foi responsável por algumas das maiores perversões ao evangelho neste país, e, ao ver chegando a hora da morte, ficou com um pânico tão alucinado do encontro com a luz que me chamou pedindo ajuda para ir, antes de morrer, aos lugares mais simbólicos onde ela sabia que havia começado algumas perversões, pois essa pessoa queria pedir perdão publicamente. Eu a levei a alguns lugares e ela fez isso. Pediu perdão pelo engano que ensinara. Isso, no entanto, é uma raridade. A maioria vai na agonia do juízo, como diz Hebreus, pois sobre essas pessoas já vem antecipadamente a expectação de juízo e de fogo vingador. Eles já sabem. Mas alguns partem em uma última loteria, apostando que serão bem-sucedidos ao jogar o crédito deles na cara de Jesus. E Jesus diz que eles jogam mesmo com essa pergunta cretina. O texto continua no verso 21.

Essa é a pergunta que carrega a cretinice da autojustificação iníqua.

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” E a vontade do Pai é o evangelho, é amor, é misericórdia, compaixão, bondade, graça, longanimidade, domínio próprio, santidade, é a vivência terna e simples do evangelho com sinceridade, diante de Deus e dos homens, conforme o que está revelado na Palavra imutável dele. O evangelho é Jesus, Jesus é o evangelho e a vontade de Deus já está explicitada. Não é uma vontade mística, ela já está revelada para nós a absorvermos e a vivermos.

“Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos”, observe o tempo verbal da construção deles. Temos. Uma coisa que nunca se parou de fazer.

“Porventura, não temos nós profetizado em teu nome”. ”Temos”, como uma qualificação, jamais paramos; “profetizado” – profecia como uma qualificação, tem de ser bom; e “em teu nome”
tem de ser inquestionável.

“E em teu nome não expelimos demônios?” Se o demônio sair, o Senhor está em dívida conosco, tem menos demônio no mundo, crédito para nós.

“E em teu nome não fizemos milagres?”, não geramos grandes impressões? Do contrário, o teu nome ficaria em silêncio na terra se não fôssemos nós.

Olha a pergunta! Essa é a pergunta que carrega a cretinice da autojustificação. Nem penses em nos colocares em qualquer situação que não seja por nossos méritos adquiridos pelos serviços prestados, mediante as quantificações que nós oferecemos historicamente a ti, do contrário, tu serias um Deus abandonado entre os homens.

Jesus tinha de chegar e dizer “obrigado, se não fosse o programa de vocês, o planejamento estratégico, se não fosse a divulgação, a ousadia, ( vocês ficaram ricos pra caramba!), mas é uma remuneração justa! Do contrário, onde estaria o meu nome?”

É uma pergunta que chega como uma carta de entrada. Eles chegam com a presunção de que receberiam, da parte de Jesus, um “é verdade, amém, servos meus!. Se não fosse por vocês, ninguém ouviria que eu era Senhor na terra, não teria havido uma pregação profética, nem um demônio teria saído, nem um milagre teria acontecido na terra. Eu estou em dívida eterna com vocês. O galardão de vocês é imensurável. Entrem!”.

Eles chegam com essa arrogância e a resposta de Jesus a essa pergunta cretina é:

“Então, lhes direi explicitamente:”
Já vimos quantas respostas Jesus deu implicitamente, por inferência a fariseu, a saduceu, a líderes do templo; mas, para esses aqui, a resposta é explícita. Eles são tão explícitos, tão óbvios, no descaramento deles, que a resposta é explícita.

“Nunca vos conheci.” Os indivíduos passarem a vida inteira dizendo: não paramos de falar no teu nome: Jesus, Jesus. E Jesus responde: Não sei quem são vocês. Não sei. Não tenho a menor ideia. Nunca vos conheci em nenhum momento, em nenhuma reunião.

“Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.” 

É quando falar o nome do Senhor é iníquo, profetizar é iníquo, expulsar demônios é iníquo, fazer milagres é iníquo. É quando a vida anda em total dissociação da vontade revelada de Deus e quando essas nossas ações são de uma esquizofrenia tão deliberada, de uma hipocrisia tão anestesiada, de uma presunção tão luciferiana, que o indivíduo fica tomado por uma síndrome que nem Lúcifer tem, porque ele se enxerga mais do que esses indivíduos que ousam chegar diante de Deus, com essa carta de crédito, pensando que ela lhes garantirá galardões especiais, quando, na realidade, o que Jesus diz é : não sei quem vocês são, apartem-se de mim. Vocês nunca tiveram parte comigo. Não conheço seus nomes e vocês não me conhecem, vocês não são parte das minhas ovelhas. Eu nunca fui pastor de vocês e vocês nunca foram pastoreados por mim. Nós nunca fomos amigos, vocês nunca fizeram o que eu mando, nunca praticaram os mandamentos e a vontade do meu pai que é simples e é uma só. Vocês não conhecem o meu dogma que é amor.

Duras são essas palavras, mas precisam ser ditas. É a diferença entre os lobos vestidos de ovelha e aqueles que andam em sinceridade e verdade diante de Deus.

Duras são essas palavras, mas elas precisam ser ditas como Pedro, Paulo, Judas e o Senhor Jesus não se esqueceram de dizê-las e nem de nos advertirem quanto a elas, quanto a esses fatos com palavras veementes.

Em 2 Coríntios 4, Paulo diz 

Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.

Esse é o espírito do que Paulo chama de ministério, de muitas formas e de muitas maneiras, quando ele diz que persuadia os homens por causa do temor do Senhor que estava no seu coração e era sob o temor de Deus que ele fazia tudo quanto fizesse na sua vida e no seu ministério.

E Paulo ainda diz em 2 Coríntios 11: 2

Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente.

“Corrompida a vossa mente” por esse falso evangelho e por esses enganadores de mente. E continua:

E se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, pregar outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais.

A esse, de boa mente, infelizmente, vocês já mostraram que toleram com extrema facilidade. E ele nos diz um pouco mais adiante, no verso 12 : “Mas o que faço e farei é para cortar ocasião àqueles que a buscam com o intuito de serem considerados iguais a nós, naquilo em que se gloriam”, gloriando-se no engano que ensinavam e praticavam. “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo”, quando não são. “E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros...” E aqui ele está dizendo que esses falsos apóstolos, obreiros fraudulentos que se transformam em apóstolos de Cristo, na desfaçatez, são ministros de Satanás. É duro e triste assim.

“Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras.”

“Apartai-vos de mim, nunca vos conheci.”

Em 1 Tessalonicenses 2, Paulo diz :“Tivemos ousada confiança em nosso Deus, para vos anunciar o evangelho de Deus, em meio a muita luta. Pois a nossa exortação não procede de engano, nem de impureza, nem se baseia em dolo”; em malicia, em desfaçatez; “pelo contrário, visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar ele o evangelho de Cristo”, sem alterações que é o que pregamos , que é o que Paulo repete o tempo todo:

assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim a Deus, que prova o nosso coração. A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos. Deus disto é testemunha. Também jamais andamos buscando glória de homens, nem de vós, nem de outros. Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção, todavia, nos tornamos dóceis entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos; assim, querendo-vos muito, estávamos prontos a oferecer-vos não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a própria vida; por isso que vos tornastes muito amados de nós. Porque, vos recordais, irmãos, do nosso labor e fadiga; e de como, noite e dia labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de Deus. Vós e Deus sois testemunhas do modo por que piedosa, justa e irrepreensivelmente procedemos em relação a vós outros, que credes. E sabeis, ainda, de que maneira, como pai a seus filhos, a cada um de vós, exortamos, consolamos e admoestamos, para viverdes por modo digno de Deus, que vos chama para o seu reino e glória.

Essa é a diferença entre o lobo vestido de ovelha e aqueles que andam em sinceridade e verdade diante de Deus, com uma boa consciência na presença de todo homem e com a vida para ser expressão simples do evangelho, conforme toda pureza devidas a Cristo Jesus, o nosso Senhor. Como disse Paulo a Timóteo “prega a palavra, insta, em tempo, fora de tempo, mas não sem antes dizer a ele “cuida de ti mesmo e depois do ensino”, porque de que me adianta ensinar sem engano, se eu não cuido da minha própria vida para que ela seja uma extensão e encarnação sincera e honesta do ensino que eu professo? Se não for assim, eu viro, infelizmente, lobo vestido em pele de ovelha.

Caio Fábio
Transcrição de trecho da série de estudos "Caminho do Discípulo". Perguntas cretinas, respostas divinas.

www.caiofabio.net
www.vemevetv.com.br


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