quarta-feira, 3 de junho de 2009

Poema: Acerto de contas.

quarta-feira, junho 03, 2009 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments

Da vida a colher seus bons frutos
Com mãos inda não tão bem limpas
Que posso eu desejar desses anos
Senão que me refaçam os danos?
Nada a subtrair desses dias.
Nada a regredir desses passos.
Sou alma, sou corpo,
Sou pés, mãos e braços.
Nada mais que o destino me fale,
Inda que me incite ao castigo,
Nada mais pode levar-me à fogueira,
Nada mais me converte à prece.
Anjos, demônios, céu ou inferno:
Já tudo se configura em atraso.
No brutal esforço, esmoreceu o meu tino;
Em lânguida luz, renasceu minha fé.
Altos foram os montes em meus sonhos;
Longínqua terra em que depositei minha cruz.
Chão de escassez me foi o solo mais fértil,
Amargas águas me cessaram a sede.
Dias e dias, noites e noites....
Em que as madrugadas me foram companhia.
Não! Nada mais pode me parecer tão são
Que a estranheza do Amor!
Que a loucura da Graça!
Que o evangelho de Cristo!

Sandra Silva/09


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