Carlos Moreira
terça-feira, 31 de março de 2015
A Fila já Andou
terça-feira, março 31, 2015 Posted by: Caminho em Big Field., 0 commentsCarlos Moreira
Hoje à tarde
fui ao shopping; coisa rara. Tinha que comprar um chip para o iPad e aproveitei
para pagar uma conta telefônica na lotérica. O que deveria ser uma comodidade
tornou-se, na verdade, um suplício. A fila era enorme, gente se apertando de
todos os lados num pequeno corredor por trás das lojas.
Depois de
meia hora sem sair do canto, eu já estava “viajando”. Minha cabeça,
definitivamente, não se encontrava mais naquele lugar. Ouvia ao fundo um
“zumbido”, mas ele não podia me tirar do meu “transe”. Foi aí que senti uma
“cutucadela” nas costas. Virei-me e vi uma senhora dizendo: “meu filho,
preste atenção! A fila já andou”. De fato, a fila andara e eu não havia me
apercebido.
Mas não foi
só a fila da lotérica que andou... Em quase 30 anos de caminhada, percebo
claramente que uma outra “fila" também andou, aquela que me conduz para
dentro de mim mesmo. Hoje, constato com alegria que, enquanto caminhava,
desconstruí muita coisa que foi “erguida” erroneamente. A verdade é que pouco
sobrou... Às vezes releio textos ou mensagens de alguns anos e não os
reconheço. “Minha teologia” mudou significativamente nos últimos anos. Dores,
perdas e alguns fracassos me tornaram mais humilde, mais quebrantando, talvez,
mais simples.
sexta-feira, 27 de março de 2015
BONDADISMO
sexta-feira, março 27, 2015 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments
Bondade é uma virtude. Bondadismo é uma doença.
Bondade é a qualidade do que é bom, e é ação do ser bondoso em favor dos outros, mas sem auto-aniquilamento ou dependência no processo.
Bondadismo é o pretexto da bondade a serviço do que é mal, tendo no bondoso uma presa de sua dó em relação ao que é mal.
É um mal do qual eu já sofri, mas meu filho Lukas me fez ter que aprender a curá-lo em mim mesmo; do contrário, o meu amor cheio de bondadismo o teria matado.
Assim, aprendi a amar de um modo que antes eu não amava. Meu amor era sempre dádiva, nunca uma supressão; sempre um acréscimo; nunca uma privação; sempre supunha que o outro [o filho] reagiria bem ao bem; sem saber que nem todos são assim; e que certos indivíduos precisam aprender o bem pela via da disciplina que produz caráter e resistência ao sofrimento.
Há muitas formas de amar.
O amor, porém, é o mesmo.
Mas em cada situação da vida o amor tem que expressar a sua face e ação apropriados; do contrario, é o bondadismo que está em ação, fazendo o mal com a motivação do bem.
Caio
Trechos retirados de:
SWING E DESESPERO
http://www.caiofabio.net/ conteudo.asp?codigo=03198
MEU FILHO É PREGUIÇOSO!... [1 , 2, 3 ]
http://www.caiofabio.net/ conteudo.asp?codigo=05128
Bondade é a qualidade do que é bom, e é ação do ser bondoso em favor dos outros, mas sem auto-aniquilamento ou dependência no processo.
Bondadismo é o pretexto da bondade a serviço do que é mal, tendo no bondoso uma presa de sua dó em relação ao que é mal.
É um mal do qual eu já sofri, mas meu filho Lukas me fez ter que aprender a curá-lo em mim mesmo; do contrário, o meu amor cheio de bondadismo o teria matado.
Assim, aprendi a amar de um modo que antes eu não amava. Meu amor era sempre dádiva, nunca uma supressão; sempre um acréscimo; nunca uma privação; sempre supunha que o outro [o filho] reagiria bem ao bem; sem saber que nem todos são assim; e que certos indivíduos precisam aprender o bem pela via da disciplina que produz caráter e resistência ao sofrimento.
Há muitas formas de amar.
O amor, porém, é o mesmo.
Mas em cada situação da vida o amor tem que expressar a sua face e ação apropriados; do contrario, é o bondadismo que está em ação, fazendo o mal com a motivação do bem.
Caio
Trechos retirados de:
SWING E DESESPERO
http://www.caiofabio.net/
MEU FILHO É PREGUIÇOSO!... [1 , 2, 3 ]
http://www.caiofabio.net/
quinta-feira, 19 de março de 2015
EU ESTAVA FAZENDO XIXI
quinta-feira, março 19, 2015 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments
...E meu caçulinha bateu à porta do banheiro
dias desses: "Papai, um moço disse que você tem que descer até a portaria
pra falar com ele AGORA!"
"- Ok, avisa que o papai não pode agora, filhote!"
"- Mas disseram tem que ser AGORA, pai!"
"- Então não vai ser nem agora e nem depois!"
E fiquei ali, no banheiro, tentando entender porque fui tão reativo... Viajei para a época que eu era um pré-adolescente como esse meu filho. Eu era mirradinho, fraquinho, tímido e cheio de tensão! Não era para menos. Passei três anos perseguido por marginais e pedófilos que comiam os garotinhos e as virginzinhas que moravam próximo à Vila Mathias, bairro do Centro antigo de Santos, uma região sombria, cheia de casarões antigos como as que eu vivia com meus avós, mas que eram feitos cortiços subalugadas à dezenas de famílias da imigração nordestina. Os pedófilos mandavam! Davam bola de futebol, roupas bacanas e material escolar para as crianças que assediavam. As mães, quase sempre solteiras e pobres, evitavam perguntar para os filhos de onde vinham aqueles presentes... Fui trabalhar numa tapeçaria, para depois de um tempo descobrir que o lugar era só fachada para ocultar o lugar que as "festinhas" aconteciam: As crianças viam filmes pornôs cheirando cola e fumando maconha, e, então, deitavam umas sobre as outras sob orientação dos adultos. Os mais alucinados eram também "traçados" e os demais se mantinham entre troca-trocas e coca-colas. E eu fugi dali...
"- Ok, avisa que o papai não pode agora, filhote!"
"- Mas disseram tem que ser AGORA, pai!"
"- Então não vai ser nem agora e nem depois!"
E fiquei ali, no banheiro, tentando entender porque fui tão reativo... Viajei para a época que eu era um pré-adolescente como esse meu filho. Eu era mirradinho, fraquinho, tímido e cheio de tensão! Não era para menos. Passei três anos perseguido por marginais e pedófilos que comiam os garotinhos e as virginzinhas que moravam próximo à Vila Mathias, bairro do Centro antigo de Santos, uma região sombria, cheia de casarões antigos como as que eu vivia com meus avós, mas que eram feitos cortiços subalugadas à dezenas de famílias da imigração nordestina. Os pedófilos mandavam! Davam bola de futebol, roupas bacanas e material escolar para as crianças que assediavam. As mães, quase sempre solteiras e pobres, evitavam perguntar para os filhos de onde vinham aqueles presentes... Fui trabalhar numa tapeçaria, para depois de um tempo descobrir que o lugar era só fachada para ocultar o lugar que as "festinhas" aconteciam: As crianças viam filmes pornôs cheirando cola e fumando maconha, e, então, deitavam umas sobre as outras sob orientação dos adultos. Os mais alucinados eram também "traçados" e os demais se mantinham entre troca-trocas e coca-colas. E eu fugi dali...
sexta-feira, 6 de março de 2015
CARTA: AMO FAZER VINHO: É PECADO?
sexta-feira, março 06, 2015 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments----- Original Message -----
From: AMO FAZER VINHO: é pecado?
To:
contato@caiofabio.com
Subject: Enologia!
----------------------------------
Caro Pr. Caio: Graça e Paz!
Tenho lido o material do seu site e queria parabeniza-los, a você e à sua equipe, pela sua dedicação e trabalho. Que Deus continue a abençoá-los!
Se puder ajudar-me a resolver uma dúvida que tem me
acompanhado já faz certo tempo, lhe agradeceria muito; e, na realidade, já o
farei antecipadamente: muito obrigado!
Estou prestes a retornar ao Sul para ali poder concluir o
curso de Enologia. Bom, sou um rapaz cristão-do-caminho e tenho buscado viver
sob a dependência da Graça do nosso Pai; a qual tem de me bastar!
Você já sabe o quanto é polêmica a questão do “vinho” no
meio “evangélico”; e digo-lhe que isto tem me causado um certo desconforto com
relação à minha opção!
Já vasculhei a internet e muitas literaturas acerca do
assunto e jamais encontrei qualquer fundamento bíblico que me impeça de seguir
tal profissão, ou mesmo de beber vinho, moderadamente, claro.
Apesar disto, me sinto muitas vezes julgado; um alvo de
legalismos; mesmo naqueles meios evangélicos mais esclarecidos. Cabe dizer que
na igreja-templo onde me congrego a maioria dos irmãos têm me compreendido,
talvez porque seja uma comunidade luterana urbana. De qualquer maneira, não é
nada fácil sustentar tal posição e as pressões, internas (pois sei dos
problemas graves gerados pelo alcoolismo, etc.), e externas (farisaísmos,
exegeses pernetas, etc.) — os quais estão me trazendo confusão; e roubando-me a
paz.
Não creio que tal opção se contraponha ao verdadeiro
evangelho, mas pergunto-lhe se não estaria enganado, pois não quero tornar-me
um ser arrogante, orgulhoso e doutrinador.
Estaria agindo em amor se mantivesse a minha decisão?! Como
posso, neste caso, fazer distinção entre “fracos” (a quem não devo
escandalizar) e “fariseus” (os que deturpam a graça)?!
Talvez tenha medo de ser julgado; é algo bem possível; mas
se for assim, que a Graça me ajude a superar o futuro “ostracismo” e me
sustente em meio a quaisquer dificuldades!
Que Deus o guarde de todo o mal e o abençoe muito, e que me
guarde a mim de ser este mal; e que nos dê a Paz Dele!
Nele, que já atuou como “enólogo” em Caná da Galiléia!
Resposta:
Meu querido amigo: Graça e Paz!
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