quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
AOS PORTEIROS DO REINO DE DEUS!
quarta-feira, dezembro 19, 2012 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments
Jesus
parece sempre ter feito questão de deixar os cheios de suas próprias certezas
presunçosas e arrogantes, incertos e vazios em Sua presença.
Aliás,
foi Maria quem, no contexto do Evangelho, primeiro disse que Jesus seria assim.
“Despedirá
vazios os soberbos, arrogantes e poderosos, e acolherá os pobres da terra” —
disse ela.
Além
disso, foi também dito acerca Dele pelo velho Simeão, que Ele seria “objeto de
contradição”.
Ele,
todavia, jamais se contradisse. A contradição era o que vinha dos outros, pois,
supostamente, quem deveria amá-Lo, o odiou, e quem deveria rejeitá-lo, o amou.
E
foi de contradição em contradição [não dele a contra-dição] que Ele andou entre
espinhos, abrolhos e lírios do campo.
Ele
via espinhos onde se dizia que era o Jardim Religioso de Deus: o Templo e a
religião, com seus funcionários supostamente do interesse de Deus e da vida;, e
pensava: "Aqui é o deserto!"
Ele
via lírios onde se dizia que somente havia lixo; ou seja: entre coletores de
impostos, meretrizes e gente considerada pecadora por ser sem religião ou
informação religiosa; e dizia: "Aqui é o campo para o Jardim de
Deus".
Ele
nunca se contradisse, mas o que dizia dividia o mundo!
Daí
se dizer que Ele seria como uma Espada.
Ele
próprio disse que trazia a espada e que seu batismo seria de fogo.
No
caminho, todavia, Ele foi pontuando as incertezas que poderiam, em sendo
acolhidas, salvar os certos das certezas.
Assim
Ele diz que o reino de Deus seria como um grande banquete no qual estariam presentes
todos os que a Religião deixaria fora, enquanto, de fato, estariam de fora os
que tinham o suposto poder de dizer quem entraria ou sairia.
Ele,
entretanto, não disse nada que pudesse melhorar o desconforto dos donos das
certezas.
Ao
contrario, disse: “Muitos virão do Norte, do Sul, do Oriente e do Ocidente, e
tomarão lugar na mesa do reino de Deus com Abraão, Isaque e Jacó, enquanto ‘os
filhos do reino’ ficarão de fora”.
Ora,
os que Ele chamou de ‘os filhos do reino”, são os que assim se consideravam, na
mesma medida em que desconsideravam os outros!
Portanto,
é fácil saber quando uma pessoa mudou de time e agora joga no time do inimigo
de Jesus:
Toda
pessoa que julga ter recebido de Deus a chave que abre para os outros entrarem
ou que fecha para que ninguém entre — esse tal já está fora e não sabe ou não
quer admitir.
“As
chaves do reino de Deus”, conforme Jesus mencionou a Pedro, não é uma chave que
serve no portão do céu.
Também
não é uma chave para o coração dos outros.
Menos
ainda é uma chave que abra acesso espiritual à ninguém; e que também seja útil
a quem julgue que tenha o poder de fechar para que ninguém entre.
Somente
Jesus abre e ninguém fecha; fecha e ninguém abre!
“As
chaves do reino de Deus” abrem apenas onde o braço do homem [e olhe lá!] pode
abrir, que é o seu próprio coração.
E
porque essas “chaves do reino de Deus” são da natureza intima que são, é que
Jesus diz à Igreja em Éfeso que eles tinham a chave que poderia abrir a porta
para eles mesmos; e tais “chaves do reino de Deus” existiam neles para que eles
mesmos se abrissem.
"Eis
que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei
em sua casa, comerei com ele e ele comigo".
É
nessa despretensão que caminha o verdadeiro discípulo!
Ele
sabe, com alegre surpresa, que está dentro; porém, não ousa dizer quem está
fora; posto que no dia que o faça seja porque ele mesmo já não esteja dentro.
Somente
se preserva em Deus quem anda nesse espírito!
Os
donos das certezas para os outros são os que estão andando para o buraco
assoviando acerca da suposta desgraça dos diferentes, enquanto a viagem que a
pessoa faz seja apenas para o fundo do buraco, embora ela chame isso de caminho
do reino de Deus.
Portanto,
abra o olho; e, enquanto pode, salve-se do engano.
Salvo
em Jesus é quem não tem outra certeza senão a de que pela Graça [favor
imerecido] está salvo.
Nele,
que nos chama todos os dias para o arrependimento que sempre nos põe no bom
lugar da Graça,
Caio
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