Assim, as datas são apenas datas, e as mais significativas são aquelas que se fizeram história, memória e ninho em nós.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
NATAL CONFORME A NATA DE CADA ALMA
segunda-feira, dezembro 24, 2012 Posted by: Caminho em Big Field., 0 comments
Paulo disse que não era mais para se guardar festas religiosas como se elas carregassem virtudes em si mesmas.
Assim, as datas são apenas datas, e as mais significativas são aquelas que se fizeram história, memória e ninho em nós.
Assim, as datas são apenas datas, e as mais significativas são aquelas que se fizeram história, memória e ninho em nós.
Ora, o mesmo se
pode dizer do Natal, o qual, na “Cristandade”, celebra o “nascimento de Jesus”,
ou, numa linguagem mais “teológica”, a Encarnação.
No entanto, aqui
há que se estabelecer algumas diferenciações fundamentais:
1. Que Jesus não
nasceu no Natal, em dezembro, mas muito provavelmente em outubro.
2. Que o Natal é
uma herança de natureza cultural, instituída já no quarto século. De fato, o
Natal da Cristandade, que cai em dezembro, é mais uma criação de natureza
constantiniana, e, antes disso, nunca foi objeto de qualquer que tenha sido a
“festividade” da comunidade dos discípulos originais.
3. Que a
Encarnação, que é o verdadeiro natal, não é uma data universal — embora Jesus
possa ter nascido em outubro —, mas sim um acontecimento existencial que tem
seu inicio em nós quando cremos que Deus estava em Cristo, e se renova em nós
cada vez que vivemos no amor de Deus, confiantes na Graça da Encarnação e na
Encarnação da Graça: Jesus, o Emanuel.
4. Que embora o
Natal da Cristandade não seja nada além de uma celebração religiosa e
sincrética, nem por isso ele faz mal a quem o celebra como quem come o pão e
bebe o vinho do Amor de Deus em Sua Encarnação. Isso porque, como qualquer
outra coisa, o que empresta sentido às coisas não são as coisas em si mesmas,
mas o olhar de quem nelas projeta, simbolicamente, o seu próprio coração.
Assim, que cada um
tenha o Natal que em si mesmo tiver sido gerado!
O meu é todo dia,
pois, a cada dia vivo apenas porque creio que Deus estava em Cristo
reconciliando consigo mesmo o mundo.
Do contrário, para
mim não haveria natal, posto que um homem como eu já não encontra ilusões
viáveis como paliativo e auto-engano para a existência.
Por isso digo: sem
o meu natal de fé em Cristo, sobraria apenas o meu funeral de tristeza.
Há quem faça um
natalzinho existencialmente do tipo “Casas Bahia”.
Há quem o torne
algo tão “exato” que não o celebrar é como não comparecer ao “Aniversário de
Jesus”.
Há quem não o
celebre por julgá-lo uma festa pagã.
E há também quem o
denuncie de modo estapafúrdio, como um certo “apóstolo” que, desejando
“teologizar” — coisa, para ele, mais difícil do que boi voar —, disse que a
Encarnação não é para ser celebrada, mas apenas a Ceia do Senhor. E concluiu
que quem celebra a Encarnação celebra o Primeiro Dia em vez de celebrar o
Sétimo. Assim, conclui ele, tal pessoa voltou atrás. E isso tudo sem lembrar
que João diz que todo espírito que não confessa a Encarnação não procede de
Deus, pois é espírito do anticristo, o qual já está no mundo, e, segundo João,
“procede do meio de nós”.
Sem Encarnação,
Aquele que morreu e ressuscitou não poderia dizer: “Vede! Um espírito não tem
carnes nem ossos, como vedes que eu tenho!”
Sem começo, não há
fim. Portanto, tratando-se de Deus, Alfa e Ômega são a mesma coisa, pois Aquele
que é é, e nEle não se pode m separar eventos que salvam e eventos que não
salvam. E isso por uma única razão: Quem salva é Ele, e não pedaços dEle!
Portanto, como
todos os dias, celebre seu natal com a gratidão dos filhos da Graça que se
encarnou como manifestação de uma reconciliação que já estava feita antes de
acontecer na História, visto que o Cordeiro de Deus já havia sido imolado desde
antes da fundação do mundo.
Portanto, não há
nada tão final quanto o próprio começo de tudo!
NEle,
Caio
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