Se não fosse o movimento da cauda, poderia ser tomado por uma estátua. Lúcia nem
sequer pensou nessa hipótese. Nem um instante duvidou... Correu para ele. Não podia perder um só momento. Envolveu-lhe o pescoço com os braços, beijando-o, enterrando a cabeça no sedoso pêlo de sua juba.
– Aslam! Querido Aslam! – soluçou. – Até que enfim!
O grande animal deitou-se de lado, de modo que Lúcia caiu, ficando meio sentada e meio deitada entre as suas patas dianteiras. Ele inclinou-se e com a língua tocou o nariz da menina, que se sentiu envolvida pelo seu bafo quente. Ela levantou os olhos e fixou-os no grande rosto sério.
– Foi bom ter vindo – disse ele.
– Aslam, como você está grande!
– É porque você está mais crescida, meu bem.
– E você, não?
– Eu, não. Mas, à medida que você for crescendo, eu parecerei maior a seus olhos.
Lúcia sentia-se tão feliz que nem queria falar.
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